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Alexandre Costa

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Drex: um risco para democracia?

29/09/2025 às 20h24

Coluna de Alexandre Costa - © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Por Alexandre Costa – A princípio essa expressão pode soar estranha, mas em breve, com o lançamento do Drex (Digital Real Eletrônico) a nossa moeda digital, pode se preparar para vivenciar um processo de consolidação de uma revolução digital que o setor bancário está implantando no Brasil.

Tudo começou acanhadamente com um acanhado sistema de pagamentos instantâneo (Pix) criado em 2020 que brasileiros viam com muita reserva e desconfiança que hoje redundou num sucesso estrondoso batendo recordes sucessivos de utilização chegando a registrar em único dia 276 milhões de transações.

Tido como o primo do Pix, o Drex é uma CBDC (Central Bank Digital Currency, em inglês), que nada mais é do que uma moeda digital, uma espécie de representação digital do real físico, concebida e operada pelo Banco Central para ser utilizada por meio de tokens nas transações financeiras, como comprar ou vender um imóvel, automóveis, compra de títulos públicos, pagamento instantâneo, inclusive de benefícios sociais, tudo isso dentro de um ambiente seguro, transparente e rápido.

Na realidade, o que diferencia o Drex do Pix é que o Drex é o dinheiro digital, não é uma criptomoeda, representa uma versão eletrônica do papel-moeda, sendo o Pix apenas um meio de pagamento. Com uma relação para conversão de 01 Drex correspondendo a 1 real, o usuário, para utilizar o Drex, terá que abrir e depositar em reais numa carteira virtual o montante que deseja após a conversão em moeda digital. Toda essa operação terá que ser custodiada por um agente financeiro credenciado pelo Banco Central, como um banco, cooperativa, fintechs, corretoras ou qualquer outra instituição financeira sob a supervisão da autoridade monetária (Banco Central), que é o grande mentor e fiador dessa nova moeda.

A implantação do Drex, prevista para o segundo semestre de 2026, além de revolucionar o sistema bancário permitirá a introdução de duas grandes inovações no mundo dos serviços financeiros: o dinheiro programável e os contratos inteligentes:

O dinheiro programável visa para pagamentos de gastos direcionados, vem com uma verdadeira mão na roda para zelosos pais de adolescentes onde a mesada em Drex já vem carimbada especificando os tipos de gastos como cinema, teatro ou qualquer sadia atividade cultural, ou de lazer e para as empresas nos pagamentos de benefícios trabalhistas como vale-refeição, combustível, créditos de telefonia.

Já os contratos inteligentes derivam do conceito da programabilidade do dinheiro para pagamentos via transações financeiras sem interferência humana, apenas vinculada a certas condições previamente acordadas pelas partes envolvidas.

Dependendo da forma como for implantado, o Drex já chega carregado de suspeitas de ser uma ameaça à democracia, por se tratar de uma poderosíssima ferramenta, onde o Estado teria o controle total sobre os fluxos financeiros dos cidadãos, o que representaria um altíssimo risco para o Brasil, um país com uma democracia frágil, que namora com a autocracia.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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