Educação na lixeira

Cajazeiras muitas vezes se parece com uma enorme lixeira a céu aberto e todas as vezes que vejo a cidade coberta de lixo faz-me lembrar as lições que Dr. Antonio Quirino de Moura, quando prefeito, dizia didaticamente ao povo: se cada dona de casa varresse o terreiro de sua casa nós tínhamos a cidade mais limpa do mundo.

Quase ninguém tem respeito pelas ruas e calçadas da cidade, que acabam sendo cobertas por dejetos de toda espécie.

Há muitas causas para esse comportamento. Uma delas é o fato de ninguém se sentir responsável pela limpeza das ruas e espaços públicos isso é sempre problema das autoridades, na cabeça de muita gente.

Outra razão é que ninguém perde nada agindo assim. Não há fiscalização e menos multas pesadas para quem joga lixo na rua, embora exista uma lei que criou o Código de Postura do Município, aprovada na Câmara dos Vereadores há muitos anos e outra no Congresso Nacional, podem ajudar a mudar esse cenário.

A da Câmara prevê penas muito mais duras para quem deposita entulho nas vias da cidade, mas desconheço a aplicação da mesma.

A prefeitura poderia colocar seus fiscais nas ruas e começar a aplicar as multas que não são pequenas. É um bom começo. As pessoas e empresas que despejam esse lixo todo na cidade vão pensar duas vezes antes de desrespeitarem o espaço público.

Por incrível que pareça tem entulho de construção que há meses dorme no leito de uma das ruas de nossa urbe e o responsável pela construção não manda retira-lo e os fiscais da prefeitura, se é que existem, não tomam as providências.

No final de cada expediente basta dar uma passeada pelas ruas do centro que você vai constatar que as empresas, sem a mínima cerimônia, jogam o seu lixo, caixas de papelão, isopor, plásticos de toda natureza, pedaços de madeira e ossos de açougue no leito das calçadas para deleite dos cachorros. E o pior é, na maioria das vezes os funcionários colocam o lixo no outro lado da rua para despistar e se eximir do erro. Uma vergonha.

Esta semana dois vistosos funcionários, por volta das dezoito horas, resolveram colocar o lixo de sua empresa debaixo de uma árvore, na lateral da casa onde reside minha mãe e ao serem flagrados os obriguei, depois de um “rela” a devolverem o lixo para a sua calçada. Necessário se faz impor, por parte do poder público municipal, as regras que já existem.

Já a nova legislação federal cria regras específicas para lidar com todo tipo de resíduo, porquê não aplica-las?

Fabricantes de produtos que causam maior degradação ambiental –como agrotóxicos, pilhas e lâmpadas– vão ter que implementar sistemas de recolhimento especiais para aquilo que produzem, mas na nossa cidade ainda não existe um despertar para esta questão, que é grave.

Qualquer atitude que se tomar são passos importantes. O lixo é um problema de todos. Mas as coisas só vão começar a mudar quando cada um souber o que deve fazer, e o que pode acontecer se descumprir suas obrigações. Não havendo mudanças no nosso comportamento com relação a esta questão, vamos continuar colocando a nossa educação na lata do lixo.

Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.

Radomécio Leite

Contato: [email protected]