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Radomécio Leite

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Família, docentes, escola e…

16/02/2009 às 23h35

Nos dias atuais, a crise de identidade do magistério persiste e, me atreveria a dizer, se agrava. As fortes transformações econômicas, sócio-politicas e culturais do mundo atual e, em particular, do nosso país, estão exigindo um compromisso renovado, lúcido e critico com a formação dos profissionais da educação. São muito tímidas as medidas que se apresentam como orientadas à valorização do magistério e ao reconhecimento social de seu papel cientifico, político-social e cultural. Algumas delas parece se limitar a buscar formas de minimizar a forte erosão, evasão e descrédito da profissão docente. Às vezes temos vergonha até de dizer que somos professores.

Temos a mais absoluta crença e convicção profunda de que hoje é necessário um reconhecimento público, explicito e conseqüente da importância dos professores e professoras na promoção de uma educação e de uma escola a serviço da construção de uma sociedade autenticamente democrática e do acesso de todos e todas a uma cidadania plena.

Acredito ainda que não se possa conceber o papel dos educadores como meros técnicos, meros instrutores responsáveis unicamente pelo ensino das diferentes áreas curriculares por funções de normalização e disciplinamento. Os professores e professoras são profissionais e cidadãos mobilizadores de processos pessoais e grupais de natureza cultural e social. Somente nesta ótica poderão ser promotores de uma educação em direitos humanos, mas é necessário valorizar o professor e coloca-lo num patamar social mais elevado.

É necessário fazer surgir ações que possam encontrar novas formas de relacionamento e de criar novos valores e através de novas redes de comunicação possibilitar o encontro da escola com a comunidade e a família, formando verdadeiras redes de entrelaçamento, que infelizmente ainda não existem e pode até parecer um pouco distante de concretização, mas que não devemos nos quedar diante das barreiras que possam surgir na construção de um espírito de coletividade.

Acredito que não poderemos melhorar a qualidade de ensino sem uma qualificação do corpo docente, de melhores salários, de uma boa estrutura escolar, mas creio mais forte ainda que a presença da família na integração com a escola seria o êxito desta política na busca permanente de uma melhor aprendizagem do nosso alunado.

Combater o fracasso escolar, a evasão e a repetência sem a presença da família na nossa estrutura escolar é uma grande ilusão. Quanto mais integrarmos a escola no seio da família e vice-versa mais iremos realizar uma educação-transformadora, com a qual devemos estar comprometido.
Precisamos construir um projeto político-pedagógico para um combate permanente contra o analfabetismo e para isto temos que ter competência e capacidade, além de também de termos que mobilizar a comunidade para este mutirão em favor da cidadania.

São muitos os desafios, principalmente no mundo em que se fala de “mudanças constantes”, em que “nada será o mesmo”, em que o volume de informações “dobra a cada 18 meses”, fica obvio que precisamos acompanhar este ritmo, na tentativa de alcançar esta evolução, para tentar motivar todos que participam do sistema de ensino municipal e estadual.
Quais serão as saídas, as soluções e os encaminhamentos que deveremos dar para praticarmos uma educação-transformadora? Esta é uma indagação que nos leva a uma reflexão mais profunda.

Quais os caminhos para serem trilhados na busca da integração da nossa escola no seio da comunidade e que as famílias dos nossos alunos sejam a valiosa e grande parceira nesta caminhada?

No momento em que for efetivada a construção de um espírito de coletividade teremos muito êxito na jornada educacional e que muitos frutos serão colhidos.

Cajazeiras, infelizmente é uma cidade com um alto índice de analfabetismo e isto não fica bem para a cidade que é conhecida como um centro educacional e cultural muito forte. Integrar a família a escola e vice-versa talvez seja uma das saídas para este grave problema.

Zero em matemática
Nos dias atuais o índice nacional de falta de professor qualificado de matemática atinge cerca de 80%. Em Cajazeiras o problema deve ser mais grave. Os lumes da secretaria de educação, por questões políticas, transferiram uma excelente professora de matemática para outra escola e a colocaram para lecionar uma outra disciplina. Esta cegueira político-partidária dá pena, tristeza e indignação. Misturar política com educação é fato que acontecia na Paraíba nos idos de 1930 e isto só prejudica quem freqüenta o sistema municipal de educação. Que pena!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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