Fome e sede no Sertão
O município de Cajazeiras vive hoje o efeito de uma grande seca, cujos reflexos não atingem mais a massa trabalhadora do campo, como nos velhos tempos. O êxodo da zona rural, ao longo das últimas décadas, pode estar contribuindo para que os celebres movimentos sociais, conhecidos por “saques” tenham deixado de existir, além, obvio, do paternalismo exacerbado do governo federal, em fazer chegar a milhares de lares uma “ajuda” para minorar a miséria e a fome de milhões de brasileiros.
Nos últimos 13 anos, neste ano de 2010, foi o de menor índice pluviométrico, tendo chovido apenas 631,5 mm e neste período tivemos mais dois anos com índices bem abaixo de média que foram: 653,0mm em 2001 e 663,5mm em 1998.
Vale salientar que este ano a situação se agravou mais em função das chuvas terem sido muito finas ao ponto de quase a totalidade dos açudes do município não terem atingindo sua capacidade de armazenamento e sangrar. Em várias localidades quase todos os açudes já estão secos e os leitos dos riachos, onde se costuma escavar cacimbas e cacimbões, as águas já diminuíram cerca de 70%.
Os efeitos neste ano de 2010 são bem mais visíveis na zona rural, agravados nestes últimos meses, com tendência a piorar, porque só no nosso município já existem mais de uma centena de comunidades que estão sendo abastecidas com água através de carros-pipa, chegando a transportar o precioso líquido, para distancias superiores a 40 quilômetros, a partir do Açude Engenheiro Ávidos, no Distrito de Boqueirão de Piranhas.
Mas o grande problema que se avizinha será a falta de água para os animais. Os proprietários rurais, além de estarem sendo sacrificados pelos altos preços da ração animal, a exemplo da torta de algodão, do farelo de trigo e do milho, passarão a viver com a falta dágua. Tem proprietário que está sendo obrigado a conduzir o seu gado para até três quilômetros de distancia para dar de beber aos mesmos.
É bom lembrar que ainda temos o restante do mês de outubro e os meses de novembro e dezembro e vamos torcer para a partir de janeiro possa começar a chover e a repetir-se este índice de chuvas, em 2011, restará muito pouco do rebanho bovino do município de Cajazeiras, até porque muitos pecuaristas já estão se desfazendo de seus rebanhos, porque já estão sem pasto e sem água.
Quem tem freqüentado as feiras livres de Cajazeiras tem observado que este ano, até o momento, não tem aparecido um só caju, oriundo de nosso município, porque não houve safra, isto em função da pouca quantidade de chuvas, que cessaram no mês de junho, quando choveu apenas 120,0mm e depois não deu sequer uma neblina e muito menos a conhecida chuva do caju. Os cajus que estão aparecendo estão vindo da região serrana do Rio Grande do Norte e o quilo de castanha assada que era vendida, neste mesmo período, em 2009, ao preço de R$14,00, no último sábado, o pessoal da Serra de Luiz Gomes, estava vendendo ao preço de R$25,00 o quilo. Vale lembrar quando a produção de caju é muito grande, o excesso dela serve de ração animal, fato que este ano não está acontecendo.
Caso as autoridades municipais não fiquem alertas para a gravidade da falta d´água para o nosso gado, o município de Cajazeiras poderá ter uma brusca redução no seu rebanho e nossos pecuaristas é que vão ter os seus prejuízos aumentados, já que estão vendendo o leite de suas vacas bem abaixo do preço de custo. Ser pecuarista do Sertão da Paraíba é um ato de heroísmo.
Agradecimento
Recebi do presidente da Câmara Municipal de Cajazeiras, vereador Marcos Barros,um ofício comunicando que uma propositura de autoria do vereador Francisco Bernardo da Silva – Chico de Bianor e subscrita pelo mesmo, que solicitava uma Moção de Aplauso foi aprovada, a Rádio Alto Piranhas e ao radialista Ivanildo Dunga Gonçalves, titular do Programa Plantão de Polícia, pelo trabalho social e pelos benefícios prestados às famílias carentes da cidade e da região. Os nossos agradecimentos.
Agradecimento
Quero agradecer ao Comando Geral da Policia Militar da Paraíba a concessão da Medalha de Serviços Distintos, conforme o que dispõe o Decreto nº 23.285, de 20 de agosto de 2002, através do Comandante do 6º BPM, Cel. Kelson de Assis Chaves, fato que me orgulha e me honra e me eleva o espírito para continuar praticando Atos que sublimem cada vez mais o conceito desta briosa e histórica Policia Militar da Paraíba.
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