Gritos de guerra na terra da promissão
Um determinismo histórico de ódio entre judeus e palestinos continua desafiando o senso de respeito à vida. Para nós sertanejos fica difícil entender que na terra da promissão possa existir tanto ódio. O confronto de extermínio entre judeus e árabes é medido na repulsa odienta racial de origem histórica interminável. É um tema bíblico milenar. Raças sem Pátria.
Numa tentativa de resolver este conflito foi criado o Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, a partir do plano de partilha da ONU (Organização das Nações Unidas) de 1947, que propunha a divisão da região sob domínio britânico em dois estados, um árabe e um judeu. A proposta surgiu após a intenção do Reino Unido de retirar seu domínio sobre os territórios palestinos após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os árabes rejeitaram a proposta e a violência emergiu quase que imediatamente. Desde então, a história de Israel gira em torno de conflitos com palestinos e nações árabes vizinhas.
Quanto é triste ver pela televisão, ler nos jornais e ouvir pelas emissoras de rádio o relato de cenas dolorosas de famílias esfaceladas sob os bombardeios. Mais triste ainda ficamos com o martírio de crianças, que iguais a nós, talvez fiquem a se indagarem, com olhares apavorados, a razão de tantos horrores em torno delas.
Estamos em pleno século XXI, quando o homem já fez tantas e extraordinárias conquistas, ainda temos o desconforto de ver perdurar em uma região índoles fratricidas, região, que nos planos de Deus ou de Alá, para o homem, sua obra-prima, inexiste o ódio ou o extermínio como meta de satisfação, mas a dádiva do paraíso terrestre e o enlevo do amor como a sublime tarefa do crescei e multiplicai-vos.
Os conflitos entre árabes e israelenses existem desde a criação de Israel e não há previsão para um acordo final, mesmo com a interferência das grandes potências e do próprio papa.
A região do conflito, conhecida como a Faixa de Gaza é um território árido e retangular na ponta sudeste do Mediterrâneo, com cerca de 45 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura. Cerca de 1,5 milhão de palestinos moram em Gaza, mais da metade deles refugiados das guerras com Israel e seus descendentes. A Faixa de Gaza tem uma das maiores densidades populacionais do mundo. A maioria da população vive com menos de US$2 ao dia.
Um comparativo entre Israel e a Palestina fica mais do que evidenciado o poderio dos israelitas, que tem uma área de 20.770 Km², uma população de 7.112.359 habitantes, tem um PIB de US$132,5 bilhões, a renda per capita anual é de US$28.800 e o nível de pobreza atinge 21,6%, enquanto o “embrião” do Estado Palestino tem 6.170 Km² (Cisjordânia e Faixa de Gaza), a sua população é de 4.000.000 de habitantes, tem um PIB de US$4 bilhões, uma renda per capita de US$950 a 1.100 e seu nível de pobreza atinge os 62%.
Há 60 anos o povo palestino vem sofrendo ataques de Israel, mas a resistência deles é tamanha, mesmo com o poderoso arsenal de guerra israelita, que chega a impressionar. Os árabes da Faixa de Gaza são chamados pelos israelitas de “terroristas” e dizem que eles tem escrito em sua bandeira: “mata judeu, destrói judeu, destrói o estado israelense”.
Diante de mais de mil mortos e tanto sangue derramado fica a pergunta: para que serve a ONU, que foi construída sob a bandeira da paz?
Na terra da promissão, infelizmente, ainda vamos ter que ver muito sangue derramado, nesta guerra de muitas dores sem fim.
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