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Radomécio Leite

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Hospital infantil: pacto pela vida

27/09/2011 às 17h22

Era um domingo, dia 09 de outubro de 1977, às 18 horas, às margens da Rodovia Cajazeiras – São João do Rio do Peixe, no quilometro 01, atual Avenida Brasil, com a presença de várias autoridades e do povo, realizou-se a cerimônia do lançamento da Pedra Fundamental do Hospital Infantil de Cajazeiras, em um terreno de 15.000 m², adquirido pelo prefeito Francisco Matias Rolim, por CR$45.000,00 (quarenta e cinco mil cruzeiros) e doado à Sociedade de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância, que por sua vez fez a doação ao FUNRURAL, que assumiu a responsabilidade da construção e instalação do Hospital Infantil de Cajazeiras.

Fui testemunha ocular do fato e me lembro que o então deputado federal Wilson Leite Braga, foi o responsável pela celebração do convênio e dos recursos federais para que a obra se tornasse realidade. Dr. Higino Pires Ferreira, de saudosa memória, foi um dos idealizadores, que junto ao médico Júlio Bandeira de Melo, do prefeito Francisco Matias Rolim, do deputado federal Wilson Leite Braga e do deputado estadual Edme Tavares de Albuquerque tornaram realidade esta brilhante iniciativa.

A solenidade foi muito bonita e teve a participação de várias crianças dos bairros pobres de nossa cidade, conduzidas por seus pais, além da banda de música e da transmissão da Rádio Alto Piranhas, dirigida pelo Monsenhor Vicente Freitas, na época Secretário de Educação de Cajazeiras. Documentos escritos e fitas gravadas estão sob os alicerces do hospital.

Ao longo destes anos e mais fortemente depois que o ex-prefeito de Cajazeiras, médico Carlos Antonio, num ato de coragem e alto espírito público, fez uma “intervenção” na sua gestão, que este hospital vem prestando relevantes serviços na área de saúde de nossa cidade e da região. Com a municipalização ficou bem melhor.

Uma das ações mais fortes do ex-prefeito Léo Abreu e que considero de uma importância fundamental foi a sua também dedicação ao HI e a determinação de fazer investimentos e a de continuar a celebrar convênios com instituições de ensino superior para que o hospital se tornasse um campo de estágio para estudantes da área de saúde e ainda mais significativo foi a sua iniciativa de encaminhar para a Câmara Municipal, um Projeto de Lei, para doar o HI para a Universidade Federal de Campina Grande. Este fato será um dos marcos de sua passagem pela prefeitura de Cajazeiras.

Este processo de transferência vem se “arrastando” há meses, mas os obstáculos jurídicos que têm aparecido ao longo desta luta pouco a pouco estão sendo vencidos e o mais importante deles, talvez, tenha sido no último dia 14 de setembro, quando foi realizada, na cidade de Sousa, sede do Ministério Público Federal, um “Termo de Audiência e Ajuste de Conduta” com a presença da Procuradora da República Lívia Maria de Sousa, do Reitor da UFCG Thompson Mariz, do diretor do HI professor Francisco José Gonçalves Figueiredo e do seu assessor Dr. Jesus de Sousa Cartaxo e do prefeito de Cajazeiras, Carlos Rafael Medeiros de Sousa e seu procurador Dr. Pedro Bernardo da Silva Neto.

Este Procedimento Administrativo, que resultou na celebração de um “Termo de Audiência e Ajuste de Conduta”, realizado em Sousa, poderá ser um dos documentos que possibilitará a abertura dos caminhos para a doação definitiva do HI, pelo município, para a UFCG.

Vale lembrar que este hospital foi construído com recursos federais recebe dinheiro do SUS para se manter, não deve haver nenhum entrave, em minha opinião, para voltar para o seu antigo dono: o governo federal, através da UFCG. Nada mais simples. Caso existam débitos com a APAMIC e se forem de ordem patrimonial, como é que o Poder Público, seja ele municipal ou federal, vai pagar por um patrimônio que antes o pertenceu?

Relembrando: o poder público municipal doou o terreno, o governo federal construiu e entregou a uma entidade, sem fins lucrativos, para gerir. O que se quer agora é simplesmente que este gestor seja uma instituição federal, com bem mais possibilidades de transformá-lo verdadeiramente num hospital escola, com o objetivo de salvar mais crianças. Lutemos por esta causa e a participação do prefeito Carlos será decisiva para que a nossa cidade possa ter um órgão da saúde, gerido pelo governo federal. Melhor não poderia ser.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

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Contato: [email protected]

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