Imprensa antiga de Cajazeiras
Gazeta do Alto Piranhas completou 13 anos de existência, em janeiro, e José Antônio festejou o número 700, semana passada. Merecidamente. Nunca se tinha chegado tão longe em nossa terra, 700 semanas seguidas sem falhar uma sequer! Um feito. Um feito significativo, sobretudo, pelo declínio universal do jornal impresso, substituído a passos rápidos por novos meios de comunicação impulsionados pela tecnologia, a cada hora mais inovadora, a seduzir o mundo inteiro. E de fácil e cômodo acesso, mesmo a usuários desajeitados no manuseio do computador e dessas maquininhas adquiridas com sofreguidão pelos consumidores de novidades. Esse processo não para. Ainda assim, os jornais impressos resistem, alteram o formato, mudam o conteúdo, mais opinião/menos notícia, essas coisas que a gente lê todos os dias. Centenários jornais impressos criam seus sítios eletrônicos para acompanhar, quem sabe, o cortejo que levará ao túmulo o secular jeito de fornecer notícia e formar opinião.
Mas não é dessa realidade que desejo falar. Hoje o foco é outro. E começo pela lembrança do sucesso que foi a circulação simultânea, na década de 1920 em Cajazeiras, dos jornais O Rio do Peixe, O Rebate. É verdade que só o primeiro teve vida longa. Por quê? Porque a diocese de Cajazeiras chamou a si a responsabilidade de patrociná-lo. E a diocese de Cajazeiras era então uma potência que abrangia os vales do Sabugy, Espinharas, Piancó, Piranhas e Rio do Peixe, talvez mais de um terço do território da Paraíba, o grande sertão produtor de algodão, base da economia estadual naquele tempo.
Quem estuda a história da imprensa cajazeirense, limita-se quase sempre a citar oito jornais e a revista Flor de Liz, que circularam entre 1920 e 1950, todos nós indo beber na mesma fonte: um artigo do professor Antônio José de Souza, escrito em outubro de 1974, e incluído em livro publicado pela UFPB em 1981. Ele menciona, além de Flor de Liz, os seguintes jornais: A Alvorada, Pátria Jornal, O Rio do Peixe, O Rebate, O Sport, A Ação, Estado Novo e Correio do Sertão.
A lista não é completa. Ao longo das três décadas, outros jornais nasceram e morreram. O professor Antônio de Souza deixou de incluir, por exemplo, A Hora, jornal partidário criado em 1935, engajado na campanha do coronel Joaquim Matos, candidato vitorioso na primeira eleição direta e secreta para prefeito havida em Cajazeiras. O mestre Antônio de Souza inclui, como 6º jornal da sua lista, A Ação, “substituindo O Sport”, em 1929. Portanto, A Hora escapou de sua pesquisa. Tampouco Antônio de Souza citou o jornal O Observador. Embora tenha limitado sua análise até 1950, referindo-se ao mensário da diocese Correio do Sertão, ele escreveu: “Esse jornal continuou circulando durante quase toda a década de 1950-1960, encerrando-se, com o seu desaparecimento, o ciclo do jornalismo” cajazeirense. Ora, O Observador circulou em meados dos anos de 1950. Por isso, dele falarei em próximo artigo.
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