Irrigação
Por José Ronildo
Ainda se sabe pouco a respeito da implementação de projetos de irrigação com as águas da transposição do Rio São Francisco, que corta os estados do Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Algumas perguntas não querem calar. As águas que passam pelo canal são suficientes para implantação desses projetos? E com relação aos rios, como o Piranhas e o Apodi, na nossa região? Os donos das terras que ficam às margens desses rios poderão e terão condições de implantar esses projetos, que requer, lógico, dinheiro, assistência técnica e planejamento?
Muitas pessoas acreditam que a região será transformada em uma Petrolina, que exporta frutas até para o exterior por meio de irrigação com águas do Rio São Francisco. Será? O que observamos foi que todas as famílias que moraram nas proximidades dos canais foram deslocadas para Vilas Produtivas.
O Projeto de Integração do Rio São Francisco não fala em nenhum momento em produção agrícola por meio de irrigação, piscicultura e até turismo. Fala apenas que é um empreendimento estruturante que garantirá a segurança hídrica para mais de 12 milhões de nordestinos em 390 municípios dos estados mais vulneráveis às secas (Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco). Isto é, o objetivo da transposição foi o de garantir o abastecimento por longo prazo de médios e grandes centros urbanos da região, como Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Mossoró, Cajazeiras, Campina Grande, Caruaru e João Pessoa) e de pequenas e médias cidades do Semiárido. Como se sabe todas essas e outras cidades ficaram com o abastecimento d’água comprometido recentemente, em função de um longo período de chuvas irregulares e abaixo da média. Além da falta d’água nas torneiras da população, o crescimento de grandes metrópoles ficou comprometido.
Com relação a projetos de irrigação, no passado, visando combater a seca, o DNOCS implantou alguns, a exemplo do Perímetro Irrigado de São Gonçalo que também ficou comprometido em função do longo período de seca que mais uma vez a região atravessou. No passado, grandes açudes foram construídos pelo órgão, entretanto, não resolveu o problema e a falta d’água voltou a ocorrer. No Ceará foi construído o Castanhão com 6,7 bilhões de metros cúbicos e o cinturão das águas, mas também não resolveu a problemática da falta d’água, inclusive, de Fortaleza.
O presidente da CDL, Alexandre Costa recentemente organizou uma visita às obras da transposição em busca dessas respostas, no caso, o aproveitamento dessas águas também em projetos de irrigação visando gerar emprego e renda, que pelo visto, até o momento, não chegaram.
Hospital Infantil
Não temos mais hospital infantil. Ele foi transformado em hospital geral, ao ser federalizado, e deixou de atender crianças no ambulatório, como acontecia desde o tempo de Júlio Bandeira. Agora só atende casos de urgência e emergência, que é sua função. A pergunta que se faz é: e os pais vão levar suas crianças quando estiverem doentes pra onde? Nas unidades básicas de saúde nem sempre tem médicos; também não funcionam à noite, nem nos finais de semana. Para o pobre é assim: quando imagina-se que as coisas vão melhorar, elas pioram.
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