Léo Abreu e o cuidado com a cidade
Na quinta-feira, dia 24 de fevereiro, eu ouvi pela internet (www.diariodosertão.com.br) entrevista de Léo Abreu, com fortes críticas ao governo Ricardo Coutinho. Sob o pretexto da falta de apoio para o carnaval, Léo falou mal do pretenso descaso da segurança pública na Paraíba, de obras paralisadas, citou o “caos de fato na saúde pública”, a falta de medicamentos e de profissionais nos hospitais estaduais, inclusive no Regional de Cajazeiras. Mostrou-se saudoso da gestão tripartite do HRC, um modelo, aliás, que Léo quase joga para o espaço. Não o fez graças à interferência do reitor Thompson Mariz e de representantes da sociedade civil cajazeirense junto ao governador José Maranhão. Isso ele não disse na entrevista. Preferiu afirmar que o “Estado está acéfalo”, recriminando Ricardo por ter substituído o secretário da Educação, esquecido que ele, Léo, é recordista em mudança de secretários… Às vezes, para pior.
Meu último contato com Léo Abreu se deu há um mês, quando lhe pedi para socorrer minha irmã mais velha, que precisou de ortopedista após pequeno acidente. Fomos muito bem tratados, como não poderia deixar de ser, sendo ele médico competente, educado e sempre atencioso. Naquela oportunidade não trocamos uma palavra sequer a respeito de política. A ocasião era imprópria para conversa desse tipo.
Matutei com meus botões: por que Léo não trata a cidade como cuida dos pacientes? Penso que essa dúvida não é só minha, mas de muitas pessoas que sofrem com a precária manutenção de Cajazeiras, agravada pelas chuvas deste inverno excepcional. Manter as ruas limpas, bem iluminadas, em bom estado de trafegabilidade é tarefa rotineira de qualquer prefeito. Aliás, mais do que isso, é requisito fundamental à boa avaliação do gestor público. Por quê? Porque ruas esburacadas, sujas, mal iluminadas, com lixo e mato em toda parte escondem as ações positivas em outros setores da administração. Quando se vê a cidade mal cuidada, quase um caos, ninguém aplaude com entusiasmo as boas ações do prefeito. Por isso, tratar bem a cidade é tarefa essencial, embora corriqueira.
E o remédio? Para curar doentes, além de preparo teórico e experiência, o médico Léo Abreu leva jeito ao cuidar das pessoas. Ser prefeito é outra história. Requer dedicação integral, vontade política capaz de motivá-lo a ponto de fazer da tripa coração e encontrar forças, tempo e garra para cumprir com arrojo o mandato que o povo lhe confiou em 2008, consagrando-o nas urnas.
Regressei de Cajazeiras com as imagens da cidade esburacada, suja, cheia de mato, enfim, descuidada. Isso preocupa. Porém, mais preocupante é a atitude do prefeito, captada na entrevista à Rádio Oeste, ele que é, por temperamento, comedido. Estaria Léo Abreu preparando o terreno para transferir ao governador Ricardo Coutinho a culpa pela precária manutenção da cidade? Talvez sim, talvez não. Quem sabe, adotou a estratégia de ocupar o espaço de oposição a Ricardo Coutinho, em Cajazeiras, (antes que Jeová Campos o faça), jogando, prematuramente, no fracasso do governo do PSB, partido ao qual Léo ainda é filiado.
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