header top bar

Radomécio Leite

section content

Luxo e lixo

07/11/2009 às 23h34

Por José Antonio

Dentre as 223 cidades paraibanas apenas seis possuem um aterro sanitário e Cajazeiras é uma delas. Fato que indiscutivelmente coloca-a numa posição de destaque, além do Conde. As cidades de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo formam o complexo do aterro sanitário de João Pessoa.

Foi uma valiosa conquista do governo de Carlos Antonio (2000/2008), que conseguiu recursos federais para a sua implantação, através do deputado federal Wilson Leite Braga, na ordem de R$720.000,00 (setecentos e vinte mil reais), cuja obra foi executada no ano de 2003.

Para o seu funcionamento, operação e manutenção o ex-prefeito Carlos Antonio recuperou, às expensas do município, um trator de esteira do DER, que ficava 24 horas do dia a disposição do aterro e a cada quinze dias várias caçambas transportavam terra para cobrir e compactar o lixo, que em média, por dia, chegava a 30 toneladas.

Dava até orgulho a cidade este aterro sanitário e a projetava além de suas fronteiras sendo citada em vários congressos sobre meio ambiente e serviu já de estudos para diversos especialistas e pesquisadores ligados a instituições de ensino interessadas em encontrar soluções para os problemas que afetam a natureza e incentivar a produção de novas idéias frente a estes problemas.

Um aspecto relevante do projeto é o investimento na conquista da dignidade e cidadania das pessoas envolvidas no trabalho de coleta seletiva do lixo, destinado a reciclagem e reaproveitamento, e contribuiu também para a organização social dos agentes ambientais (catadores) através da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Cajazeiras. Mais de trinta pessoas ganham o pão de cada dia através desta atividade e que involuntariamente contribuem para a construção da bioconsciência,
Infelizmente este processo foi interrompido. Os canais por onde escoava o chorume estão sem funcionar e as “piscinas” para depositá-lo, forradas de lonas plásticas, estão se deteriorando. O trator que deveria trabalhar todos os dias está quebrado. A balança já não está funcionando. Lamentável.

É obvio que os custos de manutenção dos serviços não são baratos. A crise atingiu muitos setores, mas poderia ter preservado o do aterro em função da sua importância para a cidade. Agora a área, até antes destinada a reflorestamento e onde foram plantadas arvores de diversas especieis, está sendo utilizada para depósito de lixo. Uma pena.

A cidade tem a felicidade de ter dois importantes equipamentos: o aterro sanitário e a estação de tratamento de esgotos. Escrever aqui da importância do esgotamento sanitário é malhar em ferro frio, mas já pensou se este serviço deixasse de ser executado? Gerariam conseqüências gravíssimas para a população que habita as regiões norte e leste do município. Na mesma proporção e até mais grave ainda é a interrupção do tratamento adequado ao nosso lixo, porque se nós já o possuíamos, se deixa de funcionar a cidade tem uma involução, um retrocesso em termos de conquista social.

As autoridades da cidade, o próprio Ministério Público, a Sudema, O Ibama, a própria Secretaria do Meio Ambiente poderiam se reunir para saber as razões da interrupção deste serviço e encaminhar o mais rápido possível uma solução para que o nosso aterro sanitário volte a funcionar na sua plenitude.

Do luxo voltamos para o lixo e vamos perder alguns pontos conquistados, nos últimos anos, na formação do IDH – índice de Desenvolvimento Humano, realizado por uma instituição internacional. Que tristeza!

Conquista
O prefeito de Cajazeiras, médico Léo Abreu, num gesto de grandeza, passou às mãos do presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba, a escritura do terreno onde será construído o novo Fórum de Cajazeiras. A obra está orçada em 6 milhões de reais e deverá ser licitada em breve. O atual fórum poderá ser cedido ao município, em regime de comodato, e que vai aliviar muito os cofres da prefeitura em locação de imóveis. Ganha o cidadão cajazeirense e o poder público do município e a Justiça Estadual estão de parabéns.

Radomécio Leite

Radomécio Leite

Contato: [email protected]

Radomécio Leite

Radomécio Leite

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: