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Damião Fernandes

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Natal Feliz: Você tem mais uma chance

19/12/2008 às 12h34

Nada se repete. Tudo muda. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Quantas e quantas vezes não escutamos frases como estas ou ate mesmo parecidas. É a mais pura verdade: Nada que acontece traz em si a possibilidade da repetição numa mesma ordem ou em um mesmo grau. As coisas se manifestam, acontecendo numa singularidade.

Estamos mais uma vez entrando em tempos natalício, tempos de fato propício á reconciliação, a solidariedade coletiva e/ou individual, tempo de permitir-mos que o Menino Jesus possa nascer em nossos corações e transformar-nos, e converter-nos. Tempo de dar um novo sentido á vida e fazer-mos votos de felicidades a nós mesmos e aos outros.

Para muitos, o natal não passa apenas de mais uma data favorável á boas vendas e lucros caprichosos. Momento de aumentar o estoque de muitas peripécias banais com o objetivo superar os meses anteriores em lucros. Este é um dos grandes males do Capitalismo neoliberal: Transformar tudo em mera mercadoria. Até mesmo as datas Cristãs: Páscoa, Natal, Semana Santa, etc.

Todo ano é mesma coisa. Passam mais de 300 dias e inexoravelmente chega o tão comemorado – pelos comerciantes sanguessunga de plantão – natal. Nele as famílias compram presentes, compram peru, compram champanhe, compram cerveja, compram nozez, compram lentilha, compram uvas, compram de tudo. A idéia de um feriado para lembrar a figura cristã de Jesus e comemorar a paz ficou isolada dentro das igrejas, passando a importar somente o material. Jesus que deveria ser o centro da festa, torna-se mais um estrangeiro  e impostor.
 
Fico indignado com a fúria capitalista que incentiva a futilização (algo como privatizar) este feriado. Estamos no caminho errado, destruindo pouco a pouco a sacralidade das festas cristãs. Deste modo, em poucas gerações os feriados como a páscoa e o natal serão marcados no calendário como datas especiais para compras e ninguém vai lembrar facilmente de onde saíram essas datas malucas. Uns vão dizer que foi por causa da Coca-Cola, como já atribuem à figura do Papai Noel vermelho. Essa correria na qual só vale a compra do mp3, do ipod, do dvd pro carro, da sandália nova, da árvore mais colorida e coisas do gênero, o ser humano perde a identidade e esquece o sentido da existência. 

Ao invés de comprar tudo pronto e dar lucro aos mega empresários  e comerciantes exploradores, que são  oprimidos pelo regime tirano commoncapitalist, as pessoas deveriam desenvolver suas habilidades. Começar fazendo os presentes com as próprias mãos, dar um abraço e não um MSN de “te adoro”, enfim: ser responsável com o mundo e com todas as pessoas. 

Nos próximos dias que se aproxima, teremos mais uma chance de fazer-mos uma nova experiência: Deixar que de fato a nossa Manjedoura interior esteja disponível ao Menino que quer nascer. Que o importante não são os presente que compramos e presenteamos. O que importa na verdade é com que intensidade de amor fazemos tudo isso.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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