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Alexandre Costa

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O fim de uma agonia hídrica

15/03/2021 às 11h12

Coluna de Alexandre Costa

Por Alexandre José Cartaxo da Costa

Passou quase desapercebido pela grande mídia nacional um momento emblemático que literalmente representa um divisor de águas em termos de segurança hídrica no semiárido nordestino: A chegada triunfal, na última quarta-feira (10), das águas do São Francisco na barragem do Castanhão, o maior reservatório do Ceará.

Partindo da barragem de Jati (CE) no Eixo Norte, essas águas, num período de apenas 10 dias percorreram quase 300 quilômetros, adentraram no canal denominado de Cinturão das Águas do Ceará (CAC), até o Km 53, onde desembocaram no leito do Riacho Seco em Missão Velha, seguindo pelo Riacho da Batateira no Crato e pelo Rio Salgado em Lavras da Mangabeira para em seguida chegarem até no Rio Jaguaribe de onde desaguaram magistralmente no Castanhão e finalmente rumando, mais 100 quilômetros, pelo Eixão das Águas até chegarem aos mananciais que abastecem a Zona Metropolitana de Fortaleza (ZMF). Uma verdadeira epopeia!

Merece registro o arrojo e a determinação do povo cearense e de suas lideranças políticas em acreditar e em investir em obras hídricas para receber e aproveitar águas do São Francisco concebendo o Cinturão das Águas, um arrojado e magnifico projeto genuinamente cearense que além de atender as regiões do Cariri, Baixo e Médio Jaguaribe e agora com a interligação do Castanhão passa a oferecer segurança hídrica para toda Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) possibilitando de vez o estado do Ceara, com a expansão de novas fronteiras agrícolas, tornar-se em um dos mais competitivos do nordeste.

Outro evento semelhante e também marcante que consagra e consolida de vez o Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) em sua fase final, foi quando no ano de 2017 suas águas através do Eixo Leste chegaram ao seu destino final na barragem Epitácio Pessoa no município de Cabaceiras (PB) salvando definitivamente de uma agonia hídrica mais de 400 mil habitantes na Zona Metropolitana de Campina Grande. Um feito histórico.

Com o anúncio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) do início das obras da última etapa do Eixo Norte, Ramal do Apodi/Salgado com previsão de conclusão para 2025, chega-se ao fim o Projeto de Integração do Rio São Francisco, a maior e mais controversa obra de engenharia hídrica da América Latina que ao longo de 14 anos foi marcada por várias interrupções motivadas por falhas de projeto, vícios de construção, superfaturamentos e afastamento de empreiteiras denunciadas por desvios de verbas.

Na região, Cajazeiras, penúltima etapa do Eixo Norte, as obras físicas, do ramal Caiçara/Boqueirão de Piranhas, avançam céleres com previsão de conclusão até o próximo mês de julho escancarando um preocupante problema que se arrasta anos a fio sem solução: A reforma do maciço (parede) da barragem de Engenheiro Ávidos, um fato que nos envergonha e desnuda o descaso e a inoperância dos nossos representantes políticos.

(*) Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, empresário, presidente da CDL Cz, diretor da Fecomércio PB e membro da ACAL.

Cajazeiras, março de 2021

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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