O girassol se inclina para aonde está o povo
Algumas medidas tomadas pelo governador Ricardo Coutinho, em Cajazeiras, a partir da nomeação dos dirigentes de alguns órgãos públicos, estão sendo recebidas pela maioria da população, de forma positiva, mesmo quando os nomeados não tiveram indicações de agentes políticos do município.
A geração de algumas insatisfações por parte de vários militantes ricardistas, em nosso município, se deve ao fato, talvez, de que não estivessem preparados para receber os ventos novos vindos do litoral e para perceberem a inclinação dos girassóis em busca da luz do sol e também pelo não entendimento do discurso do novo inquilino do Palácio da Redenção, forjado em moldes republicanos, que para muitos neste Sertão de meu Deus, tem cara de herege.
O exemplo, por enquanto, mais marcante do novo estilo do governador Ricardo Coutinho aportou no Hospital Regional de Cajazeiras e no Nono Núcleo de Saúde, fato que pode, para alguns, se constituir num desprestigio as lideranças políticas locais, em razão dos nomeados não terem sido indicações das mesmas.
Os mais fervorosos e apaixonados eleitores entenderam este gesto como uma tragédia, um pesadelo, uma desesperança, um sonho que estava se destruindo, depois de tantas lutas, de grandes embates e da retumbante vitória. A pergunta que circula entre todos é: por que o governador não nomeou os nomes indicados pelos que fizeram a sua campanha em Cajazeiras?
O governador Ricardo Coutinho tem declarado que pode aceitar sugestões, mas “se dar ao direito de estabelecer um critério e um perfil técnico”. E um fato tem nos chamado atenção: a maioria dos nomeados tem vínculo com o ensino superior, o que demonstra, em principio, ter qualificação.
Existe também “uma queixa” de que as nomeações para os cargos de chefias estariam demorando a serem realizadas. Será? Vale lembrar que quando Cássio assumiu teve uma repartição, em Cajazeiras, que passou simplesmente oito meses para que fosse nomeado o novo gestor. Por que esta pressão sobre o governador para nomear/substituir de imediato todos os dirigentes das repartições? Calma e caldo de galinha não faz mal a ninguém. Nos 223 municípios o governo tem que demitir e contratar e não é uma tarefa tão fácil, principalmente quando tem interesse pessoal e político-partidário no meio do caminho.
Toda a cidade está com os olhos e o coração voltados para o velho Hospital de Cajazeiras, que sempre foi usado e abusado como um instrumento de fabricar votos e que uma grande parcela da sociedade sonha, que um dia, talvez, ele seja um amparo para os mais necessitados, uma guarida para as pessoas vindas dos grotões de miséria, dos que vivem do lixo, dos que moram nas vielas com esgotos a céu aberto, dos becos sem calçamento, dos barracos de papelão e de pedaços de zinco. Será que agora vamos ter este sonho realizado? E que haja humanização no atendimento para os que chegam já humilhados naquela casa.
A sociedade quer fazer desaparecer, também, do cenário radiofônico as campanhas feitas pelos locutores, implorando ajuda para transferir um doente, para comprar um remédio, para fazer uma cirurgia, para fazer um exame e até para levar/trazer o corpo de um ente querido ao/do IML de Patos. Até quando o nosso povo vai passar por tanta humilhação?
A nossa esperança está nas palavras do novo governador, no dia de sua posse: “o povo está chegando ao poder”.
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