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Saulo Péricles

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O leite e a nossa cultura

07/04/2023 às 19h47

Coluna de Saulo Péricles - imagem ilustrativa - reprodução da internet

Por Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Hoje, ao ir comprar “o pão nosso de cada dia”, que Santo Antônio, a primeira devoção de minha família, graças a ele e sua intercessão, nunca me deixou faltar, vi na entrada do supermercado uma farta distribuição de leite in natura que a funcionária afirmava que era “leite bom”. Como eu já prestei serviços a muitos laticínios de Sousa e de outras cidades, sei que o Ministério da Saúde normatiza como o tal “leite bom”: primeiro meu leitor que não deve saber desses processos, existe um tratamento de leite que foi desenvolvido por Louis de Pasteur, primeiro para a cerveja, e depois serviu para o leite, esse processo se chama em homenagem ao homem que o desenvolveu, de “pasteurização” o leite se fervido, perde muitas de suas características como alimento, e in natura é, por mais que a ordenha seja desinfetada, tem algumas bactérias próprias dos bovinos, que como são ruminantes, têm que utilizar essas bactérias para na ruminação, para quebrar as fibras vegetais para que essas sirvam de alimento. Por isso é que os bovinos têm as tetas próximas de seus órgãos inferiores, enquanto os humanos têm seus seios próximos aos órgãos superiores, ou seja: nós humanos não ruminamos e não comemos capim pois nosso intestino não tem a função de transformar celulose em comida. Nascemos para pensar e não para ficar “ruminando”.

Mas continuando com o processo de pasteurização: consiste em elevar a temperatura do leite a níveis próximos a 90 graus Celsius, 85 graus é considerada a temperatura ideal, deixar o leite nessa temperatura determinado tempo para matar as bactérias nocivas, e em seguida baixar essa temperatura para conservar o produto. Então para o Ministério da Saúde existem três tipos de leite: o leite tipo “A”, que é ordenhado mecanicamente, e é pasteurizado no local; da ordenha, e tem uma validade de três a cinco dias; o Leite tipo “B”, que é ordenhado mecânica ou manualmente, mantido em estado de congelamento por no máximo 48 horas e conter o mesmo nível de bactérias do leite tipo “A”, e tem o mesmo prazo de validade. Depois temos o leite tipo “c”, que é ordenhado mecânica ou manualmente, e pasteurizado em local diverso ao local da ordenha, que deve inclusive ser fervido antes de ser utilizado.  Os leites do restante do alfabeto são considerados “leite impróprio ao consumo humano”; é esse leite que a funcionária alarda como o “leite bom”, é o consumo desse tipo de “leite bom” que fica lotando nossos setores de pediatria do nosso SUS, e levando para nossos cemitérios inocentes naqueles caixões azuizinhos tão bonitinhos. Nossa terra autoproclamada de “Terra da Cultura”, tem muito a aprender som nossa cidade co-irmã a Cidade Sorriso, nome criado por meu pai quando exercia a medicina por lá.

Mas nem tudo está perdido: hoje, com o funcionamento do Laticínio Cajazeiras, com os equipamentos do laticínio Sabor da Terra, que produzia sob a batuta de Dona Socorro Lima os melhores produtos lácteos da região, com vários prêmios regionais, inclusive um primeiro lugar em nível regional, que, como prestador de serviços para ela, tinha um certo orgulho de faer parte desse processo. Dona Socorro não sei por que motivo (a idade, talvez), já que ela foi minha subdiretora no colégio estadual no começo da década de 90, tenha se cansado, mas os excelentes equipamentos tetão lá, e podem ser utilizados a qualquer momento.

Até quando, minha terra da cultura, a ignorância vai ser requisito essencial para se recrutar trabalhadores?

Cajazeiras, 06 de abril de 2023.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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