O problema da criminalidade no Brasil

Coluna de Saulo Péricles - © Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Por: Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus caros. Há mais de vinte anos, eu, que não era sequer articulista, e engatinhava escrevendo de tempos em tempos para alguns jornais que publicavam alguns de meus textos tortos, quando eu vi uma declaração da juíza Denize Frossard, em que falou que o modelo de combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado era equivocado, venho muitas vezes tratar desse tema, e já naquela época eu dizia: temos que tratar esse tema com a importância que ele merece, senão nossas próximas gerações vão conviver com um caso muito mais agravado. Ainda afirmava: senão quando houver alguma coisa, nossos descendentes quando tiverem alguma coisa para resolver, não irão à polícia, mas ao traficante da área.

Pois bem. Vamos ser realistas: de uma forma ou de outra, esse assunto nesse quatro de Século vou sendo varrido para debaixo do tapete e de omissão em omissão, o crime organizado foi como um polvo estendendo seus tentáculos para quase toda a nossa sociedade ”sadia”, e infelizmente minha previsão mais pessimista se concretizou, de uma forma tão alarmante, que a mais poderosa facção criminosa do país, o PCC, se transformou em uma estrutura tão complexa, que já e uma espécie de multinacional e que um candidato a prefeito da maior cidade de nosso pais, a chamou de “empreendimento”. Com representantes seus entranhados em vários seguimentos do Estado Brasileiro, tais como o mundo financeiro, político e possivelmente jurídico, já que com todo o dinheiro que faturam podem arregimentar e formar seus comandados para fazerem cursos e galgarem carreiras de magistrados e promotores, somente para dar um exemplo.

Enquanto isso, o Governo Federal ficou na inépcia. Nesse governo, houve uma movimentação para se fazer o que tinha que ser feito há décadas, se criar um instrumento legar que pudesse fazer com que todo o país pudesse ter registros de criminosos condenados e de quem estaria sendo procurado por crimes. Cometidos em outros estados de nossa federação, mas que apesar de ter uma grande adesão de governadores, inclusive os dos maiores da federação, houve uma voz dissonante: o governador Ronaldo Caiado, que disse que o Brasil era que teria que ver como Goiás estava lidando com a Segurança pública, no que foi seguido por muitos opositores, que não enxergam nada de positivo no nosso atual governo. Inclusive o presidente falou que se assim fosse; a reunião não poderia ser em Brasília, mas em Goiânia.

Agora, temos que saber que o estado de Goiás não é o mundo maravilhoso da Segurança Pública que Ronaldo Caiado apregoa: seu índice de homicídios por habitante é maior do que São Paulo e mesmo do que o estado mais problemático do Brasil: o Rio de Janeiro.  O que ele recebeu foi um caos, e deu um rumo a esse caos, mas mesmo que ele resolvesse todos os problemas de Segurança Pública de Goiás, precisamos saber que Goiás não é um país, fora do contexto dos outros estados brasileiros. O que Caiado mais fez, foi “jogar para a plateia”, já que é candidato a Presidência nas próximas eleições. E em nada seu arroubo contribui para que os gravíssimos problemas da Segurança Pública sejam sanados. O correto seria ele mandar uma equipe sua para enriquecer o projeto do Governo Federal.

Prestou um desserviço para que nos aprofundemos nessa questão tão importante e complexa. Alguns desavisados chamaram a PEC da Segurança Pública de engodo.

Não precisamos procurar o crime organizado, ele já está à nossa porta, e se nada for feito, ele vai estar no poder. Meus piores temores estão se tornando realidade. Mas é um tema muito complexo para uma Página. Voltarei ao assunto.

João Pessoa, 05 de dezembro de 2024.

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Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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