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Damião Fernandes

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Oposição de Cajazeiras no Divã

07/05/2015 às 10h50

Acho importante esclarecer, que não sou profissional da área de psicologia, portanto, não terei nenhum ganho econômico com a escrita desse ensaio, sobre a importância da visita á um competente profissional para uma boa conversa sobre nossa psique humana. Em tempos de aflições e perturbações diversas, corremos sempre o risco de confundir alho com bugalho ou cairmos em perturbação mental e passarmos a desconhecer quem somos e o que fazemos. Um confusão de identidade geralmente acarreta um prejuízo no desempenho de nossas atribuições naturais ou delegadas por oficio.

Pois bem. Você deve estar se perguntando, mas o que tenha haver toda essa discussão sobre confusão de identidade, prejuízo de desempenho das funções, analista, divã e psique humana? Qual tipo de relação existe entre os três legítimos vereadores de oposição política de Cajazeiras com os temas tratados no parágrafo inicial desse texto? Julgo também importante esclarecer, que este texto não serve como um prescrição diagnóstica ou avaliativa das condições mentais dos indivíduos referidos. O meu texto é simplesmente opinativo e de análise – não psicanalítica – política de uma situação pontual.

Vamos aos fatos, pois toda análise que se preze – até mesmo a psicanalítica – não prescinde dos fatos. Um dos assuntos mais comentados na mídia cajazeirense e nas redes sociais é que os três legítimos vereadores de oposição de Cajazeiras, de maneira desprendida e filantrópica, decidiram, junto com outros heroicos empresários que vão promover o tradicional festejo junino batizado de “xamegão” como forma de resgatar a cultura coletiva de nossa cidade.

Até aqui, tudo bem, pois qualquer cidadão poderia ter a ideia e a iniciativa. O problema é que os três senhores propositores da iniciativa são legítimos vereadores de oposição, ou seja, homens públicos que foram eleitos para outras funções e não a de promotores de festas ou eventos públicos de massa. As funções destes parlamentares 'mirins' é determinada por um regimento interno da casa onde legislam.

É claro que a dignidade humana e as suas construções culturais, devem sempre perpassar qualquer ideologia de partido. A felicidade da pessoa e o bem da sociedade, deveria transcender qualquer interesse mesquinho e partidarista de poder. No entanto, é uma pena que em Cajazeiras, falem-se mais em partidos e conchavos políticos do que sobre as legítimas necessidades dos seus cidadãos de bem que travam luta diária para garantir seus direitos mais básicos.

Quando em uma cidade, o maior dilema político é saber quem serão os heroicos promotores de um "chamego junino", historicamente superado, é sinal de que a proposta do feito é mais um projeto mesquinho de poder e não de cidadania. Quando legisladores legítimos, buscam fazer abuso do uso de um poder ilegítimo que a eles não foi dado, é visível uma crise de identidade política e de funções do cargo.

Nenhum vereador fora eleito para ser promotor de festas e/ou eventos públicos. Os vereadores de oposição de Cajazeiras precisam urgentemente de um divã, para compreenderem que suas funções consistem em legislar, fiscalizar e julgar. Fazendo isso com competência, já estarão cumprindo os papeis que lhe foram confiados.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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