Orgulho-me de ser paraibano
Tenho observado o quanto o povo do Rio Grande do Sul vibra e canta o hino do seu estado, todas as vezes que seus times vão jogar. Naquele estado é obrigatória a execução dos Hinos Nacional e do Estado antes do inicio de cada partida. Mas o que me chama ainda mais atenção é que os gaúchos vibram e canta o hino do Estado muito mais do que o Hino Nacional.
Esta semana conversei com muitos paraibanos: professores e estudantes universitários, alunos e mestres do ensino médio e fundamental, com mulheres e homens, com jovens e adultos, com empresários e intelectuais e a pergunta era uma só: você já ouviu alguma vez o Hino da Paraíba? Para surpresa minha a resposta foi 100% negativa, quase sempre acompanhada de uma indagação: e existe?
A Paraíba tem um belíssimo hino, com letra de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo e musicado por Abdon Felinto Milanês e foi apresentado pela primeira vez no dia 30 de junho de 1905. O nosso estado tem ainda uma belíssima música; “Meu Sublime Torrão”, de autoria de Genival Macedo, que é considerado o segundo Hino da Paraíba.
O que nos faz desconhecer a história e a cultura do nosso Estado? Como podemos querer bem e amá-lo se desconhecemos o que poderia marcar em nossos corações um verdadeiro amor telúrico?
Por que o governo do Estado não inicia uma campanha, unindo as Secretarias de Educação, de Cultura e Comunicação no sentido de tornar conhecido o nosso hino? Como podemos gostar de algo que não conhecemos?
A música “meu sublime torrão”, que é mais divulgada, inicia dizendo: “Num recanto bonito do Brasil / sorri a minha terra amada / onde o azul do céu / é mais cor de anil / onde o sol tão quente / parece mais gentil”. Tenho a mais absoluta certeza que o nosso estado tem muitas e belas coisas a serem proclamadas e como seria ótimo, para nós paraibanos, mostrarmos que neste rincão brasileiro, além de muitos produtos que exportamos e somos primeiro lugar no país em produção, somos também a “Paraíba hospitaleira / morena brasileira / do meu coração!”.
Hino da Paraíba
Letra: Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo
Música: Abdon Felinto Milanês
Salve, berço do heroísmo,
Paraíba, terra amada,
Via-láctea do civismo
Sob o céu do amor traçada!
No famoso diadema
Que da Pátria a fonte aclara
Pode haver mais ampla gema:
Não há Pérola mais rara!
Quando repelindo o assalto
Do estrangeiro, combatias,
Teu valor brilhou tão alto
Que uma estrela parecias!
Nesse embate destemido
Teu denodo foi modelo:
Qual Rubi rubro incendido
Flamejaste em Cabedelo!
Depois, quando o Sul, instante,
Clamou por teu braço forte,
O teu gládio lampejante
Foi o Diamante do Norte!
Quando, enfim, a madrugada
De novembro nos deslumbra,
Como um sol a tua espada
Dardeja e espanca a penumbra!
Tens um passado de glória,
Tens um presente sem jaça:
Do Porvir canta a vitória
E, ao teu gesto a Luz se faça!
Salve, ó berço do heroísmo,
Paraíba, terra amada,
Via-láctea do civismo
Sob o Céu do Amor traçada!
A Paraíba de Ariano Suassuna, de José Américo de Almeida, de Augusto dos Anjos, de Pedro Américo, de Elba Ramalho, de José Dumont, de Sivuca, de Zé Ramalho de Geraldo Vandré, de Jackson do Pandeiro, de Marcélia Cartaxo e muitos outros ilustres paraibanos, deveria, pode e tem condições de realçar o seu valor e a honradez de seus filhos. Viva a Paraíba!
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