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Radomécio Leite

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Os saqueadores

18/04/2010 às 18h52

Por José Antonio

Foi uma noite de terror. Chegavam noticias de todos os cantos da cidade que os flagelados da seca iam invadir e saquear o comércio e os donos dos estabelecimentos da Rua Padre Manoel Mariano, centro comercial da cidade, sobressaltos e preocupados tentavam se proteger colocando caminhões em cima das calçadas dos seus armazéns e dezenas policiais se postavam nas extremidades da rua.

Muitos foram os confrontos, neste ano, entre a polícia e os famintos da periferia, isto por noites seguidas. Estes momentos foram vividos pela população da cidade, sempre ameaçada de saque a cada ano em que as chuvas demoravam a chegar. Quando batia o dia de São José e ficava caracterizado que íamos ter um ano seco começava o tormento.

Bosco Barreto foi uma vez parar na Polícia Federal, em Recife, acusado de incitar os “flagelados” a gritarem por comida pelas ruas da cidade e pelos seus direitos. Meu pai também foi intimado e neste processo se tornou testemunha e lá falou em defesa de Bosco, quando todos pensavam que ia acusa-lo e suas palavras foram estas: “se não fosse este cidadão grande parte do povo pobre de minha cidade tinha passado muita fome”. Vale registrar que meu pai, Francisco Arcanjo de Albuquerque, nascido no ano de 1920, foi flagelado da seca de 1932 e para não morrer de fome, aos 12 anos se tornou “cassaco” na construção da estrada que liga hoje a cidade de Aparecida a de Pombal, além de ter sido catador de raiz na construção do Açude de Engenheiro Ávidos e sabia o que era passar fome num ano de seca. Falou em defesa de Bosco. Bosco foi absolvido.

Lembram do Armazém da Cibrazem e quantas vezes ele foi saqueado? Não faz muito tempo e me parece que até hoje ainda rola um processo na justiça para apurar quem foram os responsáveis. Tem até professor levantando dados e pesquisando sobre este assunto para servir de tese de mestrado.
Neste ano de 2010 estamos vivendo uma “seca verde”. Não se tem noticia que algum proprietário rural possua uma boa roça de milho, de feijão ou de arroz. E tem região no município de Cajazeiras que até o carro pipa está sendo utilizado para transportar água. Nenhum açude da região, com rara exceção, tomou água este ano o suficiente para matar a sede de um passarinho.

Por que os saques não estão acontecendo? Por que não está havendo nenhum movimento para distribuição das famosas feiras? Por que não está tendo nenhuma reunião para alistar os “flagelados” da seca para trabalharem nas frentes de emergência? Até agora nenhum prefeito decretou estado de emergência em função da seca (e como eles adoram um decreto de emergência), para poderem receber as benesses do governo federal?

Todas estas questões e muitas outras mais poderão ser respondidas a partir de uma pesquisa mais profunda, mas estes movimentos deixaram de existir a partir do momento em que o governo de Fernando Henrique Cardoso e com mais ênfase nos últimos sete anos do governo Lula, começaram a distribuir um pouco da riqueza desta Nação com os menos favorecidos da sorte do Nordeste brasileiro.

Muitos políticos enriqueceram neste país à custa da fome e da miséria dos flagelados das secas nordestinas, através de verbas extraordinárias e dos famosos “barracões”. Felizmente, tudo leva a crer que esta prática foi banida do calendário do Nordeste.

Antonio Brasileiro de Araújo

Brasileiro, como é popularmente conhecido, titular do Supermercado Brasil, mudou de idade neste último dia 14, o que é motivo de felicidade para a sua família e dos amigos. Brasileiro tem se revelado um excelente supermercadista e valorizado e explorado de forma inteligente o comércio da Zona Sul da cidade, com um atendimento diferenciado e após ter associado a sua marca a Rede Smart, tem conquistado clientes de outras regiões da cidade. Possuidor de um grande espaço, talvez o maior da cidade, tem primado pelo atendimento e sortimento. Brasileiro é um dos símbolos e do exemplo do homem que valoriza o trabalho. Começou a sua vida vendendo banana numa janela de uma casa de um parente e hoje representa a juventude empresarial vencedora de Cajazeiras, contribuindo com a oferta de dezenas de empregos e como um dos maiores contribuintes de ICMS, do seu setor de atividade, de nossa cidade. Quero desejar a Brasileiro muitos outros sucessos em sua vida empresarial e familiar.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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