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Edivan Rodrigues

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Petróleo no Rio do Peixe

10/06/2008 às 12h45

Dez anos atrás um barril de petróleo custava 10 dólares. Hoje gira em torno de 100, descontada a desvalorização do dólar frente às outras moedas. Esse preço viabiliza a extração em reservas antes desprezíveis. Agora mesmo, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) investe milhões de reais na reativação de poços fechados há mais de 20 anos porque eram anti-econômicos. Isso não altera a matriz energética brasileira, mas tem enorme repercussão local. Dá ânimo novo, por exemplo, aos que sonham com o ouro negro no vale do Rio do Peixe. Professor da UFCG (que há 12 anos vive acima e abaixo pesquisando a flora, o solo e o subsolo sertanejo), após ter acesso a estudos técnicos preliminares, assegura que o Rio do Peixe é semelhante à área potiguar de onde se extrai petróleo e gás.

— Não é folclore, me afiançou, apenas não se conhece ainda a dimensão das reservas e as subseqüentes condições de comercialização.
Essa conversa se deu, ano passado, antes de a ANP incluir nosso vale no leilão. Sendo assim, só uma reversão brutal no mercado desmancharia o sonho de transformar o vale do Rio do Peixe num recanto produtor de ouro negro. Reversão, aliás, dificílima.

Quem se beneficiará com a futura extração de óleo e gás? Meio mundo. Os beneficiários diretos serão os municípios de Sousa, Santa Helena, Triunfo, São João do Rio do Peixe e Poço José de Moura, visto que receberão os royalties assegurados em lei, desde que haja óleo em seu território, é claro. Contudo, isso é apenas uma pequena parte dos efeitos da atividade de exploração petrolífera.

As conseqüências indiretas são até mais significativas. Alcançam a geração de empregos formais com salários acima da média praticada na região, o que amplia o mercado de bens e serviços. Aqui o leque se abre para muitos pequenos negócios industriais, artesanato, serviços, comércio em grosso e no varejo, construção civil e, dependendo da demanda específica gerada pela atividade petrolífera, para fornecedores de insumos requeridos na extração e transporte do óleo. Isso sucede no Rio Grande do Norte com repercussão macroeconômica a ponto de influenciar o PIB do Estado.

Sousa e Cajazeiras reúnem hoje melhores condições para aproveitar as oportunidades futuras com a exploração de óleo e gás no Rio do Peixe por causa da oferta mais bem estruturada de serviços educacionais, de saúde, comunicação, transportes, hotelaria, alimentação e lazer, além de comércio diversificado e construção civil em expansão. Isso não excluiu outras cidades. As que avançarem nesses campos, mais firmemente, usufruirão em escala maior os benefícios advindos da extração do petróleo no Rio do Peixe.

Cajazeirense residente no Recife.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

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Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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