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José Antonio

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Ponte inacabada da BR 434

14/10/2013 às 12h41

Uma obra licitada com valor inicial de 23 milhões de reais e que nela já teria sido investido mais da metade, está paralisada. Trata-se da BR 434, que liga Uiraúna a cidade de Poço Dantas, que teve inicio no dia 1º de julho de 2010 e que deveria ter sido entregue um ano depois, conforme estabelece o contrato entre o governo federal e a Construtora Progresso, responsável pela obra.

Dos 18 quilômetros contratados, segundo informações, já foram executados 11 Km  de terraplanagem e apenas 8,2 Km de asfalto e como neste país, principalmente quando se trata de obra pública, por mais de uma vez já foi paralisada e justificaram que tenha sido por falta da liberação dos recursos. 

No ano passado, no dia 25 de julho parou mais uma vez devido a intervenção do Tribunal Regional Federal da 5ª Região que aceitou recurso do Ministério Público Federal devido uma alegação do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), que apontou a região da Bacia do Rio do Peixe, conhecida como Vale dos Dinossauros, como área de preservação, por existir, no traçado da rodovia, vestígios  arqueológicos.

Recentemente, ao visitar a cidade de Bernardino Batista, trafeguei por esta rodovia e o que mais me deixou desencantado, entristecido e revoltado com o cenário que observei, foi com a construção de uma grande ponte, que acredito ter o valor igual a metade de toda obra e se encontra abandonada e se deteriorando e uma grande chuva que deu este ano destruiu grande parte do que já se havia executado e a estrutura de madeira ali posta como escoramento tem que ser refeita e as estruturas expostas de ferro armado, quase todas enferrujadas acredito que têm que ser repostas. É lamentável como neste país se joga o dinheiro do povo no lixo sem a menor parcimônia e mais doloroso ainda é ver as lideranças políticas  fecharem os olhos diante de tão lastimável descaso.

O mais grave aconteceu recentemente: toda a ferragem que estava exposta e ainda o escoramento de madeira foram totalmente roubados. Pessoas que presenciaram o fato relataram que caminhões estacionavam no local, durante a noite, para transportar os produtos do furto e em nenhum momento foram incomodados ou questionados.

Até o momento não se tem noticia se a empresa responsável pela construção da ponte tenha se manifestado junto à policia para investigar e descobrir quem são os autores deste roubo contra o patrimônio público e ainda se os interessados por esta obra, em especial as autoridades dos municípios que vão ser beneficiados, tenham feito qualquer movimentação para estancar os roubos.

O que se lamenta profundamente é que uma obra que vai contribuir para tirar cidades de nossa região do isolamento e proporcionar melhoria de vida para milhares de pessoas seja abandonada a própria sorte e fique aguardando que um “filho de Deus” possa fazer com que ela um dia seja concluída. Esta triste situação demonstra claramente a incúria, o desleixo e a falta de responsabilidade da grande maioria de nossas autoridades.

O fato é que quando o restante da estrada for asfaltado e um dia quando a ponte for concluída os atuais 8,2 quilômetros já feitos vão precisar de um novo recapeamento. Quem viver  verá.

Cabem ainda algumas perguntas: como anda o processo no Ministério Público Federal? Quem o está acompanhando? Quem será responsabilizado pelo roubo dos ferros da ponte?  Quando os serviços vão ser reiniciados? Não estaria na hora do povo desta região fazer uma manifestação com bloqueio da BR para chamar a atenção dos responsáveis?

As vozes do Sertão do Rio do Peixe silenciaram e esta mudez significa que estão satisfeitas com a paralisação da obra, uma lástima! Estas vozes precisam ecoar mais fortes e vibrantes para que possam ir além de suas fronteiras, para que seu povo saia do isolamento e para que o progresso possa permear as suas margens e num futuro não tão distante as pegadas dos dinossauros, existentes neste vale, que hoje impedem a obra, sirvam de mote para permitir um fluxo de turismo em razão delas e assim possibilitar renda e emprego para o seu povo. 

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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