Primeiro ano do governo Léo
Por José Antonio
Ao se completar um ano do governo Léo, a esperança se dilui e prevalece um sentimento de oportunidade perdida. Mas o saldo de sua gestão é favorável: Cajazeiras hoje está em situação melhor do que em janeiro de 2009, e o governo e o povo recuperaram as esperanças e algumas mudanças começam a ser notadas.
Toda a explosão de paixão e de uma “Cajazeiras Melhor”, dos seus aliados e de grande parcela da comunidade, vivenciada no inicio de sua administração, se depararam com alguns percalços: além da falta de uma base mais sólida de conhecimento de gerência dos negócios públicos, dele e de seus auxiliares, e da ansiedade de mudanças, foram fatos que podem ter contribuído para o cometimento de erros considerados “infantis”.
Um outro fator preponderante, logo a partir do terceiro mês foi a instalação da crise financeira, o que pôs por terra todo um cronograma de ações políticas e administrativas, incluindo nesta cesta de problemas, os dois meses de atraso do funcionalismo público do município deixados pela gestão Carlos Antonio.
A demissão dos concursados teve um efeito devastador na sua popularidade. Demitir é sempre motivo de desgaste e logo em seguida, com a realização de um processo seletivo para contratar novos funcionários, sem uma análise mais profunda das reais necessidades e quais os setores mais precários de pessoal, não solucionou o problema, pelo contrário: depois de um certo tempo teve que readmitir os concursados e demitir grande parte dos contratados pelo processo seletivo. Mais desgastes.
Um problema de ordem política que deve ter tido um custo muito alto foi a urgente necessidade de ter maioria na Câmara Municipal. Com apenas três vereadores na sua base aliada, as negociações com outros edis, para formar a maioria, não teriam sido um tanto ou quanto meritórias. “Os acordos” com e entre os edis mirins soaram no seio da comunidade como “negociatas” e exalaram um cheiro de “podre”. Mais desgastes.
A crise financeira, que ainda hoje tem repercussão, foi muito cruel e se tornou mais aguda, quando o pagamento do funcionalismo público começou a não ter data certa para ser efetuado, fato que repercutiu de forma intensa na popularidade do prefeito Léo.
No bojo da reforma administrativa, ao invés de uma redução do tamanho do município, aconteceu o contrário: aumento do número de secretarias e no valor dos cargos comissionados, fatos que contribuíram para onerar a folha de pagamento, que está sendo agora corrigida com um Projeto de Lei, enviada para a Câmara, para reduzir estes valores.
Os compromissos políticos-administrativos-econômicos-financeiros assumidos na campanha poderão ter feito um “rombo” considerável nos cofres públicos e talvez, por serem “inadiáveis”, esgotaram as reservas: locação de veículos, contratação de pessoal, compras, serviços terceirizados, etc. Teria faltado habilidade política do prefeito Léo para “bloquear” a ganância dos “amigos do poder”?
O Portal da Transparência, o calo da democracia, ainda não foi instalado, além de que algumas denúncias não se tem noticias de suas apurações, como a “venda das placas”, o caso que ficou conhecido como o da “botija” e as dificuldades de relacionamento político com o deputado Jeová Campos, via Antonio Vituriano de Abreu, podem ter contribuído também para um desgaste popular, em função dos comentários de bastidores que proliferaram com muita velocidade de que ao prefeito Léo faltava um “pulso forte’, um “comando mais arrojado” e a coragem de dizer não.
Um ano em todo caso, não é o suficiente para qualificar uma gestão e nenhum prefeito conseguiu em seu primeiro ano definir uma direção de seu governo.
Mas começam a ser notadas, a partir de agora, melhorias consideráveis de sua gestão, quando vêm sendo diminuídos os “ruídos” de insatisfação na área de saúde, incluindo-se o Hospital Regional de Cajazeiras, os investimentos públicos que começam a despontar que montam cerca de 90 milhões de reais, se constituindo num recorde na história de nossa cidade, várias obras estão sendo inauguradas, reequilibrou as finanças e vai impondo o seu modo de ser.
Com estilo didático e longo em suas respostas, vai montando pouco a pouco o seu perfil, na dureza do exercício do poder.
Não tem sido nada fácil construir um consenso, mas com silêncio e sem estardalhaço vai criando e impondo o seu estilo. É um homem muito reflexivo e parece ter uma preferência acadêmica pela precaução. É absolutamente mais silencioso do que falante e é imbatível diante de seu interlocutor. Prefere o discurso sem paixão, nada chocante, nada incisivo, nada cortante, nada ferino e dá lugar ao idílio, a palavra suave e às vezes até o canto.
No seu governo ainda sopram ventos tempestuosos e soprarão ainda mais fortes até as próximas eleições, mas as verdadeiras conquistas de um homem público ocorrem quando é preciso enfrentar tempestades de frente e passar incólume. Dr. Léo tem em mãos a oportunidade de ser um prefeito transformador, que na nossa história se registra um em cada geração, ou será simplesmente uma efêmera luz de esperança.
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