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Radomécio Leite

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Rampa para o curso de medicina

31/07/2010 às 02h58

Uma das causas da “impugnação” do Curso de Medicina do Campus da UFCG de Cajazeiras é porque não tem rampa de acesso em alguns ambientes para portadores de deficiências físicas. Uma mulher, toda poderosa do MEC, que exerce a função, já ocupada pelo professor Linaldo Cavalcante de Albuquerque, criador e implantador do ensino superior público federal, em Cajazeiras, desde os idos de 1º de agosto de 1970, quando foi reitor da UFPB, simplesmente referendou um relatório de técnicos, baseados em um outro relatório que não condiz com a realidade atual da saúde em Cajazeiras, para determinar a impugnação do nosso curso de medicina.

Além destas duas causas: falta de rampa e de uma melhor estrutura na área de saúde, o relatório aponta ainda a falta de professores. Qual a escola deste país que inicia seu ano letivo sem ter problemas de professor para ministrar as disciplinas? Os motivos são diversos: desde aposentadoria, doença, transferência e ainda o que considero o mais grave: a liberação de vaga por parte do governo para realização de concurso público.

Desde o inicio nós tínhamos consciência que o problema maior seria exatamente a liberação para realizar os concursos, embora o reitor Thompson Mariz tenha se desdobrado e multiplicado esforços na obtenção destas vagas. Existe ainda um outro agravante é que os salários que se paga a um professor universitário, com titulo de mestre ou doutor é aviltante. Tem médico dando aulas no curso de medicina de Cajazeiras que está pagando para ministrar aulas, porque as vinte horas que ele passa na sala de aula, se estivesse no seu consultório ou na sala de cirurgia de um hospital ganharia três ou quatro vezes mais, sem se falar no tempo que passa preparando aulas e corrigindo provas. Só muito amor e dedicação à causa, no inicio desta luta, é que podemos ir construindo e consolidando este tão sonhado e almejado curso, com o sacerdócio exercido pelos docentes.

Este fato faz-me lembrar mais dois outros: o primeiro foi no ano de 1969, quando Padre Gualberto, fundador da Faculdade de Filosofia, fez uma série de cartas a diversas autoridades estaduais sobre a idéia da criação de cursos superiores em Cajazeiras e uma delas respondeu: ter cursos superiores em Cajazeiras era a mesma coisa que tentar colocar um chapéu de massa na cabeça de um burro. Era o mais puro elitismo vicejando nas veias desta pobre autoridade. E hoje está aí a nossa FAFIC cada vez mais forte.

O outro fato aconteceu quando eu era diretor do Campus V de Cajazeiras, em 1981. Os cursos estavam sendo fiscalizados e inspecionados para serem reconhecidos pelo MEC. Uma relatora, que era pernambucana, optou pelo fechamento do curso de geografia, igual ao que está acontecendo com o curso de medicina e o que estava no parecer desta ilustre nordestina: falta de livros e poucos professores. Em tempo hábil tudo foi provido e este curso hoje em dia é um dos melhores da UFCG tem excelentes professores (a maioria doutores) e com ótima estrutura.

Mas a causa que mais me surpreendeu foi a falta de uma rampa. Quem sabe Lula não poderia emprestar a rampa do Palácio do Planalto para que o nosso curso não seja impugnado. Será que por debaixo desta rampa não tem algum propósito? Algo escuso? Não duvido. E cabem perguntas outras: por que os técnicos se basearam num relatório feito pelo Conselho Nacional de Saúde, com dados de 2006/7, que nunca estiveram em Cajazeiras, e não do pessoal do INEP que passou quase uma semana, no último mês de maio, vendo, ouvindo, conversando, perguntando, visitando hospitais e postos de saúde e aprovou o curso com nota três?

Fica outra vez a pergunta: o que tem por debaixo desta rampa?

Anotem o nome da fera: Maria Paula Dallari Gucci, a carrasca do curso de medicina de Cajazeiras, que ocupa a Secretaria Geral do Ensino Superior (SESU), do MEC. Vamos a Brasília defender o que já conquistamos!


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Radomécio Leite

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