Retalhos da história
Francisco Marcos Pereira
Querido amigo e colega professor Reudesman.
Sexta feira, 12 de novembro de 2010, amanheceu para mim mais radiante e marcante. Ao abrir logo cedo o exemplar do Gazeta do Alto Piranhas e buscar o seu comentário, como faço em todas as edições, a emoção me invadiu, os olhos marejaram e o coração palpitou. Como jovem sexagenário que já o sou, me segurei nas bases. Li, mais uma vez, reli, turbilhão de pensamentos e emoções me invadiu.
Rebobinei o filme real de um passado não muito distante, e me deleitei com as lembranças dos primeiros desafios para a implantação da Educação Física em nossas casas de ensino: Colégio Estadual, Colégio N. S. de Lourdes, Colégio Comercial, Colégio Hildebrando Leal, Colégio Diocesano Padre Rolim; nesses atuei como professor de Educação Física, transmitindo ensinamentos adquiridos nas fileiras do verde oliva (arma de infantaria), pois não existiam à época Faculdades de Educação Física para a formação de tão necessária e espetacular carreira. Os memoráveis desfiles dos dias, da cidade (22 de agosto) e da independência (7 de setembro), com as majestosas e significativas alegorias.
A ansiedade dos diretores destas escolas: Primeiro, o Dr. Antonio Quirino, com destaque porque a ele devo a investidura no cargo de primeiro professor de Educação Física do Estado da Paraíba em Cajazeiras, motivado pelas apresentações de ordem unida e de Educação Física que fazia à época com a tropa do TG, como auxiliar de instrução daquela unidade militar. Portaria assinada pelo então Governador do Estado, o Dr. João Agripino, datada de 02 de julho de 1966. Depois, o saudoso e estimado educador, o Mons. Vicente Freitas.
Sempre motivado pelo civismo, nos fazia desfilar com galhardia e a emoção estampada no nosso semblante; o de vocês, então nossos pupilos; nos semblantes dos familiares e da população de então que se acotovelavam em frente da Prefeitura e na Av. Padre Rolim, torcendo para que o educandário do seu filho brilhasse mais e fosse tido como o primeiro colocado nos desfiles.
Outros dirigentes de instituição de ensinos devem ser reverenciados por tais conquistas, a exemplo do saudoso e grande educador Cônego Luiz Gualberto; o professor Antonio de Sousa (Titonho); a Diretora do Colégio N. S. de Lourdes, irmã Carvalho, e tantos outros aos quais me desculpo se aqui nestas lembranças não são citados. Veio-me a lembrança da primeira olimpíada de Cajazeiras. Não me lembro exatamente o ano. 1969 por ai. O desfile noturno na Praça João Pessoa. A pira instalada acima da escadaria do balde do açude grande. Os colégios perfilados ao longo da praça. Alunos atletas, diretores das escolas participantes, população em peso.
Registrando ai a presença da 1ª. Cia. de Engenharia de Construção, sob o comando do Capitão de Engenharia, Capitão Cleber. Sua esposa era uma atleta de voleibol, que muito nos orientou nos primeiros passos da modalidade. Sim, a pira improvisada… “um tacho de barro pintado de prata sob o cavalete… e a tocha… hahaha”. Uma lata de leite ninho com uma bucha embebida em óleo diesel. Após a abertura da solenidade, acende-se a pira solenemente.
Ai aconteceu o que não se esperava, surge um moleque “traquino” que passava próximo a pira e atira uma pedra, a pira se arrebenta ao solo, alguns gracejos, o constrangimento imediato, em seguida uma guarnição do exército sob as ordens do cap. Cleber detém o traquino. O que fazer? Perguntam-me os alunos aflitos, uma vez que a pira deveria continuar acessa por todo o período olímpico e seria apagada solenemente quando do encerramento. Acalmo a todos e falo, amanhã providenciarei outra pira e faremos outra solenidade para acendê-la.
No dia seguinte quando me encontrava orientando às competições fomos surpreendidos, nas dependências do Colégio Estadual com a presença do Cap. Cleber acompanhado de alguns militares. Nada mais nada menos para fazer a entrega de uma pira. Uma pia de verdade, uma pira olímpica, e a tocha olímpica também, bendita traquinagem, procurei descobrir o autor da façanha, mas, não logrei êxito. Foi uma alegria geral, na noite do mesmo dia realizamos nova solenidade. Desta vez com maior alegria, mais emoção, e a gratidão ao nosso glorioso exército, na figura hoje lembrada do Capitão Cleber.
A sua coluna me fez reviver tudo isso. Velhas recordações, aliás, me penitencio, pois não são tão velhas assim. São emoções, recordações, doces recordações. A sua coluna me fez realizar algo que deveria ter tido o cuidado fazê-lo antes. Escrever, registrar, contar para os nossos filhos. Não registrei o passado. Foi uma falha. A história deve ser registrada, para que as futuras gerações nela se espelhem no que foi positivo, e através dela corrijam os desacertos. Dedico a você estas lembranças, retalhos da história da educação física em Cajazeiras, da sua história, da história de muitos colegas professores de educação física que como você honra e orgulha Cajazeiras.
O carinho, o reconhecimento expressado em sua coluna não produz tão somente emoções, mais me encoraja, especialmente porque agora, com você e os demais colegas, continuar é preciso, pois ainda muito temos a fazer. O que me deixa feliz não é só a consciência do dever cumprido, mas, também a certeza que a semente foi plantada e deu bons frutos. Tudo isso agradecemos ao criador. . Obrigado… Muito Obrigado.
BOLA DENTRO
Para Murilo Siebra. Amigo e querido pelos cajazeirenses e cajazeirados, “seu” Murilo completou mais um “aninho”. Receba de todos aqueles que ganham à alegria e o prêmio da sua convivência, desejos de muita saúde, paz e os votos de parabéns, acompanhado de uma justa NOTA 10!
BOLA FORA
Para as péssimas arbitragens do brasileirão 2010. Coitado do Cruzeiro. Aos 43 minutos do segundo tempo uma penalidade daquela é para matar qualquer filho de Deus. Pior, ficou a dúvida. Dúvida? Assim para “eles” só vale a NOTA 0!
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