Sai "Gol de Placa" de Cássio

Por Reudsman Lopes

Entra "Todos com a Nota” de Maranhão III
Bem que afirmei neste mesmo espaço em coluna anterior que o Gol de Placa estava com “os dias contados” por parte do Governo Maranhão III, óbvio que um programa criado pelo seu adversário ferrenho, Cássio Cunha Lima e que vinha dando certo e ajudando sobre maneira os falidos clubes do futebol profissional do Estado da Paraíba teria que ser jogado às feras. Recorda que noticiaram irregularidades no Gol de Placa logo no início do Maranhão III? Lembra que foi criada uma comissão de sindicância ou coisa parecida para fiscalizar e apurar o Gol de Placa? Pois bem, o programa que foi criado em 2005 pelo Governo do Estado da Paraíba, com o objetivo de ajudar e incentivar os clubes profissionais a participarem das competições estaduais e nacionais deixará de existir.

Será substituído por outro programa a ser chamado “Todos com a Nota”. As informações (extras oficiais) foram repassadas a imprensa paraibana na manhã deste sábado (10), por intermédio do presidente do Nacional de Patos José Ivan dos Santos que em entrevista realizada em uma das emissoras de rádio da cidade de Patos, falou que apesar da noticia ainda não ser oficial, é segura e verdadeira. O Programa Gol de Placa que em 06 de maio de 2005 virou Lei Estadual 7.727 funcionava da seguinte forma: Todos os clubes profissionais que participassem do Campeonato Paraibano na Série A, tinham o direito de receber do Governo do Estado um incentivo no valor de 100 mil reais. Sendo que a equipe campeã recebia um valor diferenciado de 180 mil reais pela conquista do título e mais 200 mil, caso fosse representar à Paraíba no Campeonato Brasileiro e ainda 170 mil reis também como ajuda, se o clube fosse representar o futebol paraibano na Copa do Brasil. Já o time Vice-Campeão tinha direito ao valor de 150 mil reais, enquanto o terceiro colocado na competição receberia 120 mil reais.

Com a extinção do Gol de placa e a criação do novo programa “Todos com a Nota”, a coisa muda totalmente de figura, pois aquele valor de no mínimo 100 mil reais que já era assegurado a cada clube participante da 1ª Divisão do Campeonato Paraibano, agora passará a ser chamado de “Vale Cidadão” e vai funcionar da seguinte forma: 1 – Para cada Nota Fiscal que for emitida em qualquer cidade da Paraíba no valor 100 reais, o torcedor tem o direito de trocar essa nota por um “Vale Cidadão”, o qual lhe dará acesso aos estádios de futebol, ou seja, Ela valerá o mesmo valor do ingresso. 2 – Para trocar a Nota Fiscal pelo “Vale Cidadão”, o torcedor terá que se cadastrar nos postos autorizados. 3 – Cada pessoa ou CPF cadastrado, só poderá adquirir no máximo 3 vales. 4 – Se a Nota Fiscal for no valor de 100 reais, o torcedor poderá trocar por um “Vale Cidadão”, caso seja de 200 reais, ele terá direto a 2 vales, se for de 300 reais, poderá ser trocada por 3 vales, mas se a nota for acima de 300 reais, a mesma só terá o valor de apenas 3 vales. 5 – O Governo do Estado limitará a quantidade de vales a ser recebida em cada jogo, dependendo da competição e ainda da capacidade do estádio a ser realizada a partida. 6 – O Governo do Estado repassará aos clubes o valor de apenas 3 reais por cada “Vale Cidadão” apresentado na prestação de contas. Para José Ivan presidente do Nacional, essa é uma maneira de acabar com o futebol paraibano, principalmente quando se trata dos times com pouca torcida e para finalizar ele faz um rápido comentário: “Se com o incentivo certo de 100 mil reais já era difícil fazer futebol, imaginem agora como tudo vai ficar, principalmente para os clubes que tem poucos torcedores, acho que esse povo deveria pensar melhor antes de colocar esse projeto em prática”, finalizou Ivan.

Desejo ao trazer estas informações em primeira mão, mesmo ainda não tendo sua divulgação oficial pelo governo, levantar o debate sobre o assunto, mostrar que poderá haver injustiça com grande parte dos times, se acontecer da forma como está sendo planejado. Todos sabem que o modelo “Gol de Placa” deu certo e poderia apenas passar por pequenos ajustes, como maior rigor na forma de liberação da Carta de Crédito por parte da Secretaria da Receita, fiscalização continua nos pagamentos dos jogadores e aplicação de determinado valor na formação de base de cada clube por parte da Secretaria de Juventude Esportes e Lazer. Acreditamos que o “Vale Cidadão” pode sim ser posto em prática, como mais uma forma de incentivar o torcedor a comprar e exigir a Nota Fiscal, ir mais aos estádios, sabendo que estará ajudando o seu time. Afinal, se o torcedor que já ia antes pagando R$ 10 por uma entrada, agora vai entrar com “Vale Cidadão”, o clube perderá R$ 7.

Das duas, uma, ou a matemática mudou, ou a lógica acabou na Paraíba junto com o Gol de Placa. Se o Governo deseja fazer um verdadeiro “Gol de Placa no Estado” que institua o “Vale Cidadão” como forma de incentivar as compras e emissão da nota fiscal, levar mais torcedores aos estádios e ser exemplo para outros Estados da Federação, com mais um programa de incentivo ao Futebol Paraibano. Do contrário ele será o grande responsável pelo fim do futebol profissional no seu Estado da Paraíba. Um lembrete ao Maranhão III: “aquilo que anda dando certo não se acaba em nome da política da perseguição, pelo contrário, tentamos é aprimorá-lo”. Que o bom senso possa prevalecer sobrepujando o revanchismo.

BOLA DENTRO
Para José Ivan presidente do Nacional de Patos que detonou o “Todos com a Nota”. Disse o dirigente: “é o fim do futebol profissional na Paraíba”. Pela coragem de defender o nosso pobre futebol a NOTA É 10!

BOLA FORA
Para a política partidária da Paraíba. 2010 está chegando, então… hora de caça as bruxas e de se criar mais um refém, desta feita, o vilão é o pobre e falido futebol profissional do nosso estado. Sobrou para o Gol de Placa. Somos o que somos, por isso estamos onde estamos. NOTA 0!

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Padre Djacy

Pároco da paróquia Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, da cidade de Pedra Branca, no Vale do Piancó, Diocese de Cajazeiras, Paraíba.

Contato: [email protected]