Ser vítima ou ser vida?
Conecto meu celular à internet. Algumas mensagens sobem no display. Entro no WhatsApp e vejo que uma determinada pessoa visualizou minha mensagem e não respondeu. Ela está no seu direito, pensei comigo, e tomei um susto diante da minha tranquilidade.
Tempos atrás, mandaria uma nova mensagem, não sossegaria até a criatura responder ou sumir de vez. Pronto. Este era primeiro ato do meu drama: que ninguém me quer, que nada dá certo comigo, que vou morrer sozinho. Mas o que mudou em mim? Será que sou uma alma vagante e boemia que não liga para certas coisas? Ou será que de tamanha tristeza não possuo mais forças para reagir?
Nem aquilo. Nem isto. Acontece que hoje passei a acreditar em mim. Hiperbolizar situações só serve para aumentar rugas e ganhar cabelos brancos – e não quero ser velho antes da idade. Se fazer de vítima até tem o seu charme, mas não sou a mocinha da novelas das nove, tampouco a vilã que engana o mocinho por puro ego. Resumindo: por mais que a vida em algum instante pareça com uma novela, sou eu quem escreve os capítulos e se pulo do terceiro andar, não tem dublê. Então, chega de sofrer, ser coitadinho não tem glamour!
A experiência tem mostrado o quão importante respeitar as escolhas do outro e, antes de tudo, as minhas. Se o sujeito decide calar, eu decido viver, simples assim. É um exercício complicado, eu sei. Mas só de início. Depois você começa a não esperar mais, a não criar expectativas, a não responsabilizar o outro por um desejo seu. Desapego e serenidade são ótimas opções em tempos de mensagens visualizadas e não respondidas. Minha vida não está no WhatsApp. Em dos cliques: conversa apagada com sucesso. O mundo aqui fora sorri.
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