Sonho de torcedor
Quando esta crônica sair não tem mais graça falar do fracasso da seleção brasileira na Argentina, aquele episódio deprimente dos quatro pênaltis desperdiçados. A incompetência dos ícones do nosso futebol ficou submersa na tragédia real, vivida por milhares de pessoas desalojadas, cobertas pela lama em deslizamento nos morros, arrastadas pelas cheias de rios e canais, mortas em desastres nas estradas por causa da queda de barreiras ou do excesso d’água no asfalto. Tudo isso mostrado na TV, em fotos postados na internet ou nos jornais impressos do dia seguinte.
No meu caso particular, para compensar tanta desgraça, duas alegrias me consolaram. Uma foi no sábado à noite, quando Tantino Cartaxo confirmou que a comemoração do Paraíba Esporte Clube enchia as ruas de Cajazeiras de vibração. Finalmente, campeão paraibano da segundona, troféu perseguido desde sempre. Tantino ainda me disse: Tiko Miudezas mudou de tática, agora ele reforça o time e esquece velhas artimanhas que usava quando era presidente do Atlético… Tanto melhor. Assim, amigo, a gente vai mais longe com segurança para conquistar outros títulos e a torcida.
A outra alegria veio do Almeidão, na tarde chuvosa de domingo. Justo na hora em que a bola murcha dos milionários da Canarinha sequer batia na trave do goleiro do Paraguai, o Santa Cruz balançava a rede do Alecrim, de Natal, três vezes, na estréia na série D. E que alegria, João Pessoa invadida por 16 mil torcedores! (Como se todos os eleitores de São João do Rio do Peixe estivessem nas arquibancadas do Almeida Filho)… 16 mil torcedores a empurrar o Santinha de volta à série A. Série A? Sim, Reudesman, série A, claro, depois de passar pela série C e pela B. Mas a gente chega lá.
E qual é a minha torcida? É muito simples. Nesse percurso de retorno à elite do futebol brasileiro, eu espero que o Santa Cruz cruze com o Paraíba Esporte Clube. Na Copa do Brasil, na série C ou, quem sabe, na série B do brasileirão… De preferência, mais de uma vez… Quando isso acontecer, o Perpetão terá arquibancadas decentes para acomodar, pelo menos, 10 mil torcedores. E mais, o aeroporto pronto, homologado pela Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), para receber aeronaves de linhas aéreas regulares que tragam equipes de outras partes do Brasil. No dia do jogo dos tricolores, faço questão de acompanhar a delegação do Santa Futebol Clube.
E aí, vai torcer por qual dos dois tricolores? Oxente, Edmundo Amaro, você tem dúvida? O Santa é amor velho, desde quando morei no Recife a primeira vez, por volta de 1970. Hoje, o Paraíba engatinha. Mas, já empunha a bandeira de Cajazeiras. Então é amor velho, muito mais velho. Portanto, arriba tricolor de Cajazeiras!
PS – Domingo, vou torcer pelo Uruguai, um país gigante, com menos de 3,5 milhões de habitantes.
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