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José Antonio

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Teremos uma seca em 2024?

17/10/2023 às 08h39

Imagem ilustrativa - Foto: Alan Tiago Alves/G1

Por José Antonio – El Niño é um fenômeno oceânico de aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, próximo à costa da América do Sul, que prejudica a ocorrência de chuvas no Nordeste brasileiro. Nos últimos 50 anos, ele foi observado pelo menos 13 vezes, impondo medidas estruturantes de enfrentamento à seca e à baixa recarga em reservatórios.

De acordo com levantamento do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 6 das últimas 13 ocorrências foram classificadas como “fortes”; mais 6 como “moderadas”, e apenas uma como “leve”.

Vamos ter em 2024 a volta do fenômeno El Nino? Em se confirmando será “forte”, “moderado” ou “leve”?

O último período oficial de El Niño foi em 2016, também o quinto ano consecutivo de seca em quase todo Nordeste. O Fenômeno climático dificulta a agricultura, a pecuária e o abastecimento humano quando se consolida. Segundo os especialistas no assunto as análises preliminares colocam o regime de chuvas de 2024 parecido aos de anos como 1958, 1998 e 2016, ou seja, “nada bons em termos de aporte” de água.

Os governantes do Nordeste com certeza têm estas informações em cima de suas mesas, mas será que as equipes técnicas dos governos estaduais já estão pensando em ações preventivas e tomando decisões para se preparar para a possibilidade concreta para enfrentar as conseqüências do fenômeno El Niño?

As lições de prevenções vêm desde os templos bíblicos: um dia, um Faraó egípcio teve um sonho profético no qual sete vacas magras comiam sete vacas gordas e mesmo assim continuavam magras. Para explicar seu sonho, ele convocou todos os sacerdotes do Egito para decifrá-lo. Nenhum desses conseguiu, então o copeiro-chefe se lembrou de José, que tinha decifrado seu sonho e indicou-o ao Faraó. O Faraó chama José e este consegue dar uma interpretação que o satisfaz: “o Egito passaria por sete anos de fartura e sete anos de seca, consecutivos”.

O faraó gostou da interpretação e nomeou-o “chanceler”. José, então, ordena que se construam celeiros para guardar a produção do Egito durante os anos de fartura.

A figura de José inspirou vários autores e artistas ao longo da história, devido à riqueza narrativa do relato que é, sem dúvida, uma das mais populares gestas bíblicas.

Nos dias atuais, não somente no município de Cajazeiras, mas em toda região do semiárido nordestino, estamos vivendo com dificuldades, em pleno mês de outubro já com a falta de pasto e muito embora em 2023 o aporte de água tenha sido muito favorável,  em algumas áreas a água para os animais e para o consumo humano já esteja em principio de escassez.

Ora, muitos afirmam que as águas do Rio São Francisco já estejam circulando em várias regiões, mas elas não são suficientes para minorar as dificuldades que se avizinham para o setor agropecuário.

A água continua sendo um problema político, quais as medidas que os nossos “faraós” vêm tomando? O que tenho presenciado desde os meus tempos de menino, é que ações ainda não foram suficientes e definitivas para solucionar este problema, José do Egito, há séculos, já tinha indicado como resolver.

Ressalte-se que não presenciamos mais os famosos saques, nem as passeatas de protesto comandadas por Bosco Barreto, nem as “frentes de serviços”, nem os “barracões” para fornecer alimentos aos “cassacos”, que enriqueceram muitos políticos/coronéis nas secas de 58 e 70.

Nos dias atuais, os “coronéis” enriquecem de outra forma, através de algumas medidas que o governo federal vem tomando, a exemplo, dos milhões que continuam sendo aplicados na Operação Carro Pipa ou através da perfuração de poços artesianos, que infelizmente está servindo como troca de apoio político.

O momento já preocupa. O que fazer?


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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