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José Antonio

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Uma feira livre permanente

10/01/2025 às 19h19

Coluna de José Antonio

Por José Antonio – A primeira feira de Cajazeiras foi uma iniciativa do Padre Rolim e do seu cunhado Sabino de Sousa Coelho e o evento aconteceu num domingo 07 de agosto de 1848, na Praça da Matriz. Até então o povo de Cajazeiras fazia suas feiras em São José de Piranhas, que ficava a cinco léguas de distância.

Como atrair então os comerciantes para realizarem seus negócios numa feira que seria realizada em Cajazeiras? O melhor e mais eficaz atrativo foi o de que os que vierem não voltariam sem vender suas mercadorias.

A feira foi realizada e os víveres que sobraram foram todos comprados pelo Tenente Sabino Coelho e pelo Padre Rolim. A iniciativa foi um sucesso e a partir de então nasce em Cajazeiras uma de suas grandes vocações que é o comércio.

Nos dias atuais a cidade vive um antigo drama, que é o de termos, no centro comercial da cidade, uma feira permanente em que se vendem principalmente produtos ligados à agricultura. Pela tradição a feira livre de Cajazeiras é no dia de sábado, mas os pequenos comerciantes não abandonam durante a semana o chão de algumas ruas para vender os seus produtos.

As tentativas já foram muitas de retirá-los das ruas Padre Manoel Mariano e Juvêncio Carneiro, mas todas foram em vão. Passam uns dias fora deste eixo comercial, mas logo depois retornam. Mas por quê? Existe uma explicação simples: é o volume de pessoas que circulam pelo centro. O mercado a céu aberto da outra feira livre, na Praça Coronel Matos não foi o sucesso que se esperava e poucos foram os que migraram e os que assim o fizeram possuem duas bancas: uma na Praça Coronel Matos e outra na “muvuca” da Rua Padre Manoel Mariano com a Cel. Juvêncio Carneiro. Mesmo com a interferência do Ministério Público, multando a prefeitura por não retirar as barracas da Padre Manoel Mariano, não teve jeito. A resistência continua.

O que ouvimos pelas ruas da cidade é que o Ministério Público vai voltar a pressionar, via prefeitura, tudo que estiver de mercadorias nas calçadas e nas laterais destas ruas do centro têm que ser retiradas. Então valeria agora a Praça da Telemar, que tem espaço de sobra? Não, pois várias tentativas foram feitas, todas em vão.

No passado foi um homem que “vestia saias”, isto há 176 anos, que implantou uma feira semanal e pôs o que seria o município de Cajazeiras numa importante rota comercial do sertão da Paraíba. Passados estes anos todos hoje, uma mulher, que é professora, igual ao Mestre Padre Ignácio de Sousa Rolim, que vai construir, tenho certeza, um Centro de Convenções, para fortalecer as pequenas e médias empresas de nossa cidade, vai ter também a inteligência e a capacidade de encontrar uma solução para os que vivem no chão quente do asfalto vendendo os seus legumes, frutas e hortaliças a terem o direito de ali permanecerem e garantir o pão para alimentar a sua família.

Mas qual seria a solução? A prefeita faria um Decreto que ao invés de termos feira livre só no sábado o dia todo, passaríamos a ter de Segunda a Sexta, até o meio dia uma feira livre permanente. Enviaria um Projeto de Lei para a Câmara Municipal transformando a secular feira livre de Cajazeiras “Como Patrimônio Cultural de Cajazeiras”. Aí o Ministério Público deixaria quieto os micro-comerciantes e o poder público municipal.   E a feira continua…. Ad perpetuam.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

José Antonio

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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