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Edivan Rodrigues

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Varejo moderno na Paraíba

06/02/2011 às 00h58

As vendas no varejo cresceram muito na Paraíba. Mais do que em qualquer outro estado do Nordeste. Entre janeiro e novembro de 2010 a variação positiva foi de 19,3%, em confronto com 2009. Um sucesso enorme, quase 3 pontos percentuais acima do Ceará (16,7%), o segundo colocado, e mais do dobro do Piauí (8,8%), o último da lista. Estes dados estão no site www.ceplanconsult.com.br, da CEPLAN Consultoria Econômica e Planejamento, empresa que tem como sócios Tânia Bacelar, Leonardo Guimarães, Aldemir do Vale, Jorge Jatobá e outros respeitáveis economistas com larga experiência na academia e em gestão pública.

Pesquisa direta FECOMERCIO revela dados convergentes sobre o faturamento real do comércio varejista, embora restritos à Região Metropolitana de João Pessoa. Descontada a inflação, o faturamento dos varejistas na RMJP cresceu 12%, até novembro de 2010, com destaque para os produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, vestuário, materiais de construção, móveis e decorações, todos acima de 15 por cento.

O estudo da CEPLAN apenas registra o excepcional índice da Paraíba, sem explicar as razões, até porque inexiste aqui acompanhamento sistemático da conjuntura econômica e faltam indicadores quantitativos para identificar as causas de nossa surpreendente primazia. Outros dados oficiais indicam que a arrecadação do ICMS cresceu 14,5%, nos deixando em 5º lugar no Nordeste, enquanto a criação de 23. 916 empregos formais mostra a pífia expansão de 4,4%, em 2010, em humilhante penúltimo lugar na Região. Pior, só Alagoas. Então, por que a Paraíba abafou no varejo? À falta de base numérica para decifrar o enigma, Tânia Bacelar e Aldemir do Vale apenas confirmaram que a tendência já era visível em trimestres anteriores. Se é assim, passo a especular em provocação a acadêmicos, técnicos da SEPLAG e colegas de consultorias paraibanas.

O conceito de “comércio varejista ampliado” inclui as vendas de veículos e materiais de construção. Isso, porém, não explica muita coisa, pois o crescimento das vendas desses bens é generalizado, sobretudo no Nordeste. O mesmo acontece com outros fatores macroeconômicos que dão suporte à explosão do consumo: aumento real da massa salarial, regularidade no fluxo de transferências sociais de renda, o reflexo no consumo corrente do impressionante surto da construção civil, da expansão dos serviços de telefonia, informática, saúde e educação, entre outros. Como são causas espalhadas geograficamente, não servem, portanto, de pista segura para explicar o arranco da Paraíba no comércio varejista em 2010.

E agora? Como hipótese de investigação, pode-se alinhar, pelo menos, um fator explicativo do surpreendente índice de 19,3%: a incorporação recente à economia paraibana do chamado varejo moderno, ou seja, as vendas em shoppings, grandes lojas de cadeias varejistas nacionais e estrangeiras, que, somadas ao esforço de modernização de nosso comércio tradicional, têm provocado aumento extraordinário desse tipo de negócio. Não que a Paraíba seja pioneira. Muito ao contrário, nós até chegamos atrasados com relação à maioria dos estados nordestinos. Talvez por isso, em 2010, o varejo tenha explodido com força em João Pessoa, Campina Grande e além da Borborema.
 

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

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