Você joga, mas nunca vence – O mito da meritocracia

Por Caliel Conrado – A ideia de que “quem se esforça, vence” é tão bonita, não é mesmo? Até você perceber que, na prática, serve apenas como anestesia social. A meritocracia é linda… no papel. Na vida real, é um conto de fadas usado para nos manter obedientes. Há um jogo sujo por trás disso tudo — e talvez você nem tenha percebido que faz parte dele.
Segundo o último relatório global, apenas 1% da população mais rica controla 43% de toda a riqueza mundial. E há um grupo ainda menor — o 0,001%, quase invisível — que acumula mais poder econômico do que muitos países inteiros.
No Brasil, a desigualdade é ainda mais imoral: os 10% mais ricos concentram quase 70% de toda a riqueza nacional. Essa elite financeira não apenas domina o sistema econômico; ela controla a indústria, o comércio, a mídia, a política, as igrejas e até a classe média. E, ao mesmo tempo, tenta te convencer de que todos têm exatamente as mesmas oportunidades.
A elite global dita as regras — quem pode e quem não pode. Troca governos como quem troca de terno. Presidentes, deputados, senadores, prefeitos, vereadores e secretários vêm e vão. Partidos mudam. Mas a elite permanece, porque ela não é eleita — ela é a dona das peças do xadrez.
As verdadeiras decisões são tomadas em salas fechadas, longe dos holofotes, em esquemas invisíveis. Quem manda de fato raramente aparece em público. Você segue regras que eles determinam — e mudam quando e como querem.
Você vota. Eles definem as opções sobre as quais você pode votar. Você debate. Eles moldam as narrativas que você está habilitado a enxergar.
No fim, enquanto você luta para sobreviver, acreditando em meritocracia, eles brindam nos bastidores — porque o jogo nunca foi justo.
E antes que você diga: “Ah… mais uma teoria da conspiração”, faça algo raro hoje: pense. Pesquise. Saia do eixo das narrativas prontas, das ilusões confortáveis. Observe quem realmente ganha, quem realmente manda, e quem é sempre descartado quando o jogo aperta.
A conclusão pode ser incômoda: você é apenas um peão. Substituível. Manipulável. E totalmente descartável quando deixa de servir.
E sabe por quê? Porque o jogo não foi criado para você vencer.
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