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Saulo Péricles

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Voltamos para a era da aviação

03/04/2023 às 16h47

Aeroporto da cidade de Cajazeiras (Foto: Reprodução/ TVDS)

Por Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Quando eu era pequeno, e durante o tempo de minha pré-adolescência, havia uma coisa que facilitava e muito os negócios e os deslocamentos do pessoal mais abonado de nossa cidade para chegar aos grandes centros rapidamente, a “Real Linhas Aéreas”: um voo que partia de São Luiz e passa do por diversas cidades do nosso interior, terminava em Recife, fazendo o trajeto inverso no dia seguinte: lembro-me bem do anúncio da partida desse voo : “Atenção senhores passageiros com destino a: (então tomava um fôlego e dizia: Campina Grande, Cajazeiras, Iguatu , mais um monte de cidades, e finalizava Caxias e São Luiz). Quando meu tio Gineto  (Hygino Pires Ferreira) teve um AVC no Rio de Janeiro, houve tempo para embarcar Papai (Waldemar Pires Ferreira), o médico da família por essa linha aérea, nesse tempo operada pela Varig, e ele chegar em Recife e pegar um voo para o Rio de Janeiro e acompanhar a operação de seu irmão feita por Paulo Niemeyer, que foi seu colega de faculdade, que foi uma operação muito bem sucedida naqueles tempos Dr.  Gineto teve uma sorte incrível: só se sabia onde era o hemisfério do cérebro onde estava o coágulo, e na primeira tentativa, na primeira perfuração o coágulo foi detectado e o vaso isolado.

Mas isso não vem ao caso, um ou dois anos depois dessa viagem de meu pai ao Rio, essa linha foi suprimida, e todos nós passamos a fazer nossas viagens com os abomináveis “corujões”, em que varam a noite no percurso até Campina Grande e João Pessoa. Antigamente era uma beleza: a gente combinava com a namorada, paquera etc. dois bancos vizinhos e passava a noite agarradinhos para fugir do frio, mas solitário, era muito cansativo, mesmo para uma pessoa jovem como eu, que por exemplo, pegava a Gaivota às 10.00 hs.  da noite, chegava em Recife às seis, da manhã pegava um taxi para o apartamento, trocava de roupa e ia para a faculdade às sete da manhã. Teve uma eleição que eu tinha uma prova na segunda e eu simplesmente dormi no meio da prova.

Hoje com o advento do avião para Recife, apesar de que alguns pensem que deveria esse voo ter o destino para a nossa Capital, devemos reconhecer  que Cajazeiras é uma cidade que se intercruzam duas rodovias principais e outras secundárias, ou seja, é um centro regional, como Juazeiro do Norte também o é. Alguém de Bonito de Santa Fé ou de Pau dos Ferros, que queira ir para São Paulo ou Brasília, por exemplo, iria preferir se deslocar para Cajazeiras ou para Juazeiro do Norte, distante mais de 150 Km, ou do Icó, que é mais longe ainda? Dependendo do preço, ou da comodidade, escolheria Cajazeiras, bem mais perto, e faria sua conexão em Recife. Eu quando viajava, escolhia campina Grande ou Juazeiro, dependendo do preço, para fazer minhas viagens para o sul do país. Errado é ter que ir para João Pessoa, mesmo para quem tenha negócios a resolver em João pessoa, pois de Recife, se pega o Metrô, que leva do aeroporto para a estação Rodoviária, e em menos de duas horas se encontra na nossa Capital, muito diferente de uma jornada de 8, 9 horas nesses ônibus que uma pessoa na minha idade de 67 anos, chega lá literalmente “no bagaço” e apesar de chegar muito cedo, somente tenho condições de trabalhar umas 10 da manhã. Perco um expediente.

Cinquenta anos depois, Cajazeiras e região voltou à era da aviação, obra começada por Maranhão, continuada por Ricardo Coutinho e, se correta a informação da imprensa, concluída por João Azevedo. E que muitos cajazeirenses ilustres ou nem tanto (meu caso), contribuíram.

Caros leitores do Diário do Sertão: minhas escusas por passar tanto tempo sem escrever minhas bobagens para vocês, pois tive sérios problemas com meu notebook, que apenas agora foram reparados e não gosto de incomodar os amigos “pedindo emprestado” seus equipamentos. Mulher, livro e notebook, não se emprestam; recebi quase aos pedaços.

Cajazeiras, 02 de abril de 2023.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

Saulo Péricles

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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