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Alexandre Costa

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Voltaremos ao tempo da hiperinflação?

09/11/2021 às 17h12

Por Alexandre Costa

Os estragos causados pela pandemia, aliado a insensatez política levará o Brasil a fechar o ano de 2021 com a inflação superior à de 83% dos países. Os dados são do FMI-Fundo Monetário Internacional que compila mensalmente a situação econômica de 200 países. A luz vermelha acendeu quando em setembro, o IPCA-Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo dos últimos 12 meses rompeu a barreira dos dois dígitos cravando uma inflação de 10,25%, jogando o país novamente na rota temerária do descontrole inflacionário debelado pelo Plano Real há exatos 27 anos.

E foi um ano antes da implantação do Real, em 1993, em pleno governo Itamar Franco que chegamos à marca histórica de uma inflação anual de 2.477%. Vivíamos um Brasil surreal. Imperava a era hiperinflação, do overnight, das ORTN e o aumento desenfreado dos preços onde uma mesma mercadoria tinha vários preços ao longo do dia. Uma anarquia econômica sem precedentes que dizimou a economia brasileira. Tempos difíceis, uma página virada da história econômica brasileira, mas que hoje numa conjuntura econômica totalmente diferente, volta novamente a nos assustar.

No cenário de hoje, há menos de dois meses de um ano eleitoral, o Brasil segue o receituário perfeito de uma fórmula explosiva rumo ao desastre inflacionário: crise política, descontrole fiscal, taxa de juros alta, o Real desvalorizado diante do dólar tudo isso agravado com a alta do petróleo no mercado internacional e a escassez hídrica. É esse quadro adverso gerador de incertezas que afeta diretamente a taxa de cambio cuja variação aumenta os preços dos bens e serviços importados gerando uma espiral inflacionaria.

Enquanto o Plano Real faz água, o Brasil segue na contramão em medidas para estabilizar sua economia. Na madrugada desta quinta-feira (4) a Câmara Federal aprovou em primeiro turno a PEC dos precatórios que abre espaço no orçamento de 2022 de R$ 91,6 bilhões para pagamento do Auxílio Brasil e “outros gastos”.

É mais que justo abrir esse perigoso e arriscado precedente para acudir essa legião mais de 27 milhões brasileiros jogados de volta ao mapa da fome pela impiedosa pandemia e pela volta da inflação, ocorre que quase a metade desses R$ 90 bilhões, apelidados de “outros gastos”, serão torrados numa orgia de emendas parlamentares às vésperas de uma eleição presidencial num conluio entre o Congresso e o Executivo num atentado explicito a mais eficaz ancora da estabilização fiscal do país: o Teto dos Gastos Públicos.

Voltaremos ao tempo da hiperinflação? Seguramente, não. Desde que se preserve um pilar de sustentação que foi umas das grandes conquistas do Plano Real: a desindexação da economia. Quem garante?

Alexandre José Cartaxo da Costa é Engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, presidente da CDL/CZ e diretor da FECOMERCIO/PB e membro da ACAL-Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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