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Padre explica por que pessoas “boas” morreram na pandemia, enquanto algumas “ruins” sobreviveram

O clérigo que preside uma paróquia indígena questiona se a humanidade está vivendo a vida como ela deve ser, passageira, ou se está vivendo com apego as coisas materiais do mundo

Por Caliel Conradho

31/07/2022 às 15h07 • atualizado em 31/07/2022 às 15h14

Segundo o padre Emanuel Fernandes, ninguém se afastou da Igreja durante a pandemia, aqueles que se afastaram já vinham numa crise de fé ao longo dos últimos tempos. Para ele, a pandemia potencializou o retorno dos fiéis.

“Muita gente se aproximou da igreja devido o luto, o sofrimento, das crises, das doenças psicológicas. O medo de morrer marcou muito essa pandemia, mas não só o medo de morrer, mas a dívida da morte. Para onde eu vou depois de morrer? Os que vivem na indiferença, continuaram, os que estavam em crise, arrumaram uma desculpa para não ir à igreja”, desabafou o clérigo.

Para o Pe. Emanuel, hoje a sociedade vive dois polos, o das pessoas que voltaram para a Igreja e refletiram sobre a vida e seus comportamentos na sociedade, enquanto os princípios cristãos, e o das pessoas que aproveitaram a pandemia e seguiram outros caminhos.

Questionado sobre o por que pessoas vistas como “boas” morreram durante a pandemia, enquanto outras pessoas de “má índole” continuaram vivas, o padre explicou:

“As pessoas precisam entender que essa vida aqui é passageira, não significa apenas que as pessoas boas foram e as más ficaram, mas do próprio processo de peregrinação nessa Terra. Existem pessoas que findaram suas missões nesse período e existem pessoas que precisarão ficar mais um tempo, de acordo com o tempo de peregrinação de cada um. Cada um de nós tem o seu tempo.”

Na entrevista ao programa Diário News da TV Diário do Sertão, o clérigo questiona se a humanidade está vivendo a vida como ela deve ser, passageira, ou se está vivendo com apego as coisas materiais do mundo. Segundo ele, é o excessivo apego as coisas do mundo que faz as pessoas terem uma ideia distorcida sobre o que é bom e ruim.

“Nós vivemos uma vida peregrina nessa Terra, procurando dia após dia sermos melhores, fazendo a vontade de Deus a cada dia; se caiu, se levanta, se pecou, se perdoa, se purifica. A vida peregrina é uma vida vivida de verdade, aprendendo a viver com dignidade e no caminho reto”, finalizou o padre.

Padre Emanuel Fernandez é o clérigo mais jovem da Arquidiocese da Paraíba e preside uma paróquia indígena na Baía da Traição.

DIÁRIO DO SERTÃO

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