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VÍDEO: “A religião teve um papel fundamental na repressão sexual feminina”, diz psicóloga

Na coluna semanal, Mulher Plena, Rosângela Macedo trouxe aspectos da construção social que contribuíram para essa repressão do prazer feminino

Por Priscila Tavares

01/11/2023 às 17h40

Na coluna semanal ‘Mulher Plena’, a psicóloga Rosângela Macedo fala sobre a relação da construção social com a repressão da sexualidade e do prazer feminino.

“A gente tem um histórico de que o corpo da mulher está tutelado pelo homem. Esse é um histórico de uma vida inteira. Então, a mulher nunca teve de verdade acesso ao seu corpo, domínio das suas vontades, do seu desejo, do seu prazer. Isso está no inconsciente coletivo de todas nós mulheres”, disse.

Rosângela ressalta que as conquista femininas são recentes e que ainda há muito a ser descoberto e desmistificado.

“75% das mulheres não sabem o que é orgasmo ou nunca tiveram um orgasmo. Por que isso acontece e repercute tanto na vida das mulheres? Porque as mulheres sempre estiveram nesse lugar de subserviência, então, o prazer dela sempre foi negado, negligenciado e a mulher sempre esteve no lugar da reprodutora. Essa cultura de servilidade e subalternidade, que nós mulheres estivemos submetidas todo esse tempo, nos fez criar crenças e a gente ficou limitada”, falou.

Segundo ela, o orgasmo é algo psicofisiológico e precisa de entrega, mas como a mulher sempre esteve no papel de servir ao prazer masculino e devido as crenças criadas e toda construção social, muitas mulheres não conseguem fazer essa entrega e também se sentem culpadas. Rosângela afirma que a religião contribuiu de forma direta para criação dessas crenças.

“Por conta da associação ao pecado, a vergonha, ao ser sujo, ao ser uma coisa feia, ao ser uma coisa que a sociedade não aprova. Então, é claro que a religião teve um papel fundamental nessa repressão sexual feminina. Para os homens é tudo permitido, para as mulheres não. Isso não está só na religião, é mais sério ainda, está na ciência”, pontuou Rosângela.

Ela disse que o tabu existente sobre o prazer feminino e falta de conhecimento da mulher sobre seu próprio corpo vem de mentiras, crenças, opressão e deixou um recado para todas as mulheres:

“Estudem, vão atrás e vivam o seu prazer, vivam o seu tesão, porque o sexo também pode ser uma grande fonte de conexão com o todo. Se a mulher consegue viver uma experiência da união sagrada do masculino e o feminino, onde eles podem viver esse orgasmo juntos, essa energia é transcendente. É capaz de viver uma experiência transcendental e entender o que é Deus aqui na nossa essência”, pontuou Rosângela.

DIÁRIO DO SERTÃO

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