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VÍDEO: Em Cajazeiras, jovem chora durante debate sobre feminicídio ao relembrar agressões do ex-marido

A estudante de História Samira Tavares conta que, além de ser agredida, era proibida de estudar, de sair, de se encontrar com familiares e até de ver a própria filha

Por Luis Fernando Mifô

28/02/2019 às 16h19

O programa “Café Cultural”, realizado pela Livraria Universitária em Cajazeiras e transmitido pela TV Diário do Sertão, deu início à temporada 2019 nesta semana com o tema “Feminicídio – uma agressão a ela, a elas e a todas nós”.

Para discutir sobre o assunto, a apresentadora Regina Márcia recebeu o professor e escritor Carlos Gildemar Pontes; a psicóloga Alanne Menezes; a estudante de Serviço Social Yanka Monique; a professora Virginia Tomaz; a advogada Juliana Lourenço; a assistente social Genecy; a estudante de Pedagogia Raissa Farias, o professor Luan Gomes e a estudante de História Samira Tavares.

Ao falar sobre violência contra a mulher, Samira fez um relato emocionado das agressões físicas e psicológicas que sofria do ex-marido na cidade do Barro, no Ceará.

“Foram tempos muito sombrios. A última instância é o homicídio. Mas a violência não começa com agressão física. Ela começa com ‘você está feia’, ‘você precisa de mim’, você não tem o apoio de ninguém’, ‘eu sou seu e você é minha’, ‘você não pode ser de mais ninguém’. Ele [o homem] começa a lhe colocar pra baixo mesmo, você se sente um lixo, você não se sente mais bonita, a gente fica vulnerável”, disse a estudante.

VEJA TAMBÉM: Feminicídio é o tema do primeiro “Café Cultural” de 2019 na Livraria Universitária

Samira Tavares chora ao relatar as agressões físicas e psicológicas que sofria do ex-marido

O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O país só perde para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia em número de casos de assassinato de mulheres.

Samira conta que, além de ser agredida, era proibida de estudar, de sair, de se encontrar com familiares e até de ver a própria filha. Ela diz que, mesmo diante de tanta violência, não é fácil buscar ajuda.

“A violência psicológica te deixa doida, você não consegue raciocinar, e eu me perguntava: meu Deus, como eu vou sair disso? Até que chegou um ponto em que eu disse: não! Parou por aqui! E eu me abri para minha família. Minha família foi minha base, foi onde eu consegui”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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