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No hospital de Patos, sertaneja com tipo raro de câncer de mama recebe diagnóstico de cura e comemora

Um carcinoma metaplásico de células fusiformes, responsável por menos de 1% dos diagnósticos, sendo este o 9° caso em todo o mundo.

Por Diário do Sertão

05/12/2019 às 08h18

Paciente com tipo raro de câncer de mama recebe diagnóstico de cura

Essa quarta-feira (04) marca um momento muito especial para a Sra. Marineide de Sousa Lima, 39 anos, da cidade de Pombal, que foi diagnosticada com um tipo raríssimo de câncer de mama: um carcinoma metaplásico de células fusiformes, responsável por menos de 1% dos diagnósticos, sendo este o 9° caso em todo o mundo. Mas o marco da data para Marineide, que hoje tocou o sino da cura do Hospital do Bem, não está atrelado ao diagnóstico do câncer, e sim a batalha vencida, ao tratamento de sucesso e a volta por cima, com um recomeço surpreendente.

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Todo o tratamento da paciente foi feito no Hospital do Bem, em Patos, desde a cirurgia de mastectomia, realizada pelo mastologista Thiago Pereira, logo após a identificação da doença, em junho, e depois todo o acompanhamento das sessões quimioterápicas, pela oncologista, Nayarah Castro. “Eu nasci de novo e só tenho gratidão em meu coração por todos deste hospital”, disse Marineide, após tocar o sino.

A médica que acompanhou a Sra. Marineide destaca que o caso dela tem uma importância destacada em função da natureza rara do tumor, o que motivou, inclusive, que equipes de centros oncológicos de São Paulo acompanhassem a evolução da paciente. “O carcinoma ductal infiltrante é um tipo mais frequente histologicamente falando em relação aos tumores da mama, porém o tumor de nossa paciente se trata de um carcinoma metaplásico de células fusiformes e por isso ele se tornou especial. Além de raro, é agressivo e muito provavelmente tem relação genética por conta do histórico familiar dela, que teve sua mãe, uma prima e uma tia acometidos da mesma doença. Diferente de suas parentes que não resistiram à doença, além de ter tido um diagnóstico precoce, ela teve uma abordagem rápida, tanto da cirurgia como o tratamento adjuvante o que culminou com a cura”, disse Dra. Nayarah.

Ainda segundo a médica, após exames específicos que incluíram o Linfonodo Sentinela, que apontou que a doença estava no estágio inicial e localizado, foi feita a cirurgia e, posteriormente, as sessões de quimioterapia que consistiram de 12 aplicações semanais de Carboplatina e Paclitaxel, seguido de mais quatro ciclos de Adriarrubicina, mais Ciclofosfamida, a cada 14 dias. O tratamento quimioterápico foi iniciado no dia 10 de junho e encerrado no dia 13 de novembro. Segundo a médica, o tratamento foi mais intenso exatamente por causa da agressividade do tumor.

O fato da paciente ser jovem, com apenas 39 anos, não ter doenças pré-instaladas como diabetes ou hipertensão, ter sido bem acompanhada, e ter descoberto a doença no estágio inicial, facilitou o sucesso de seu tratamento, segundo a Dra. Nayarah. Ela lembra que cerca de 80% dos diagnósticos de câncer de mama são carcinomas ductais invasivos, que se inicia em um duto de leite, rompe a parede desse duto e cresce no tecido adiposo da mama. “No caso da Sra. Marineide, era uma variante muito rara e agressiva, mas com o tratamento adequado conseguimos superar a doença e hoje ela está curada”, reitera a médica.

O exame que identificou o tipo de câncer da paciente foi o imuno-histoquímico (uma biópsia), realizado no próprio Hospital do Bem. Esse é um método de análise dos tecidos via microscópio para identificar características moleculares das doenças. A análise tem diversas aplicações, como o diagnóstico de doenças inflamatórias, infecciosas e neoplasias, sendo determinante também no prognóstico do câncer, já que o exame pesquisa moléculas associadas a diferentes tipos de tumor. Já o exame que identificou a cura foi o Estadiamento Tomográfico de corpo inteiro.

Para a diretora do Complexo, Liliane Sena, ouvir o sino tocar novamente e num caso tão raro como esse enche de esperança toda a equipe. “Todo paciente que atinge a cura nos enche de alegria e nos impulsiona ainda mais, porque essa é uma vitória do paciente, que acredita e se trata, mas também é de toda uma equipe que direciona seus esforços, talento, competência e instrumentos para que isso aconteça. Ouvir o badalar do sino toca os nossos corações profundamente porque isso resignifica a vida para todos nós”, disse Liliane, lembrando que o toque do sino foi criado para marcar simbolicamente cada história de sucesso após tratamento na unidade.

O Hospital do Bem faz parte do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro de Patos e oferta serviços de diagnóstico, tratamento ambulatorial com consultas médicas, cirurgias oncológicas e quimioterapia para os casos de câncer mais incidentes na região que são os de próstata, mama, colo de útero e pele.

DIÁRIO DO SERTÃO

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