Cidade do Sertão tem bairro com maior ocupação de residências do Estado paraibano
O bairro lidera o ranking com 100% de ocupação. O estudo da Malha Municipal e de Setores Censitário, divulgado na última sexta-feira.
O Distrito Industrial de Patos é o bairro com a maior proporção de domicílios ocupados da Paraíba, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística da Paraíba. O bairro lidera o ranking com 100% de ocupação. O estudo da Malha Municipal e de Setores Censitário, divulgado na última sexta-feira, também indicou os bairros com a maior proporção de domicílios não ocupados: Barra de Gramame, na Capital, possui 62,2% de desocupação e Ana Leite, em Patos, com 53,8%.
Entre os dez bairros mais ocupados, seis são de Campina Grande. O Jardim Vicente, de Bayeux, aparece em segundo lugar, com 96%, seguido por Presidente Médici (CG/ 96%), Costa e Silva (JP/95,3%), Castelo Branco (94,5%), Malvinas (94,5%), Jeremias (94,5%), José Pinheiro (94,3%), Cruzeiro (94%), de Campina Grande, e por último, o Salgadinho, em Patos, com 93,8%. Na Capital, depois do Costa e Silva, os bairros Ernani Sátiro (93,8%), Grotão (93,2%) e Mangabeira (93,1%) estão entre os mais ocupados.
Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), Rômulo Soares, a ocupação nesses bairros está relacionada a pouca atenção dos investidores nessas áreas. “São bairros de população de baixa renda e classe média, onde a grande maioria dos imóveis é ocupada por proprietários e há pouco interesse de investidores em construir para alugar, diferente de bairros mais verticalizados”, comentou.
Em João Pessoa, um dado chama a atenção do presidente do Creci. Tambaú e Cabo Branco aparecem em 10º (25,8%) e 12º (24,1%) lugares entre os bairros mais desocupados proporcionalmente do Estado. Na Capital, eles só ficam abaixo de Gramame e Ponta do Seixas, além do Varadouro no caso de Tambaú. Segundo Rômulo, os dois bairros chegam a ser disputador por corretores de imóveis de João Pessoa. “Não discuto elementos científicos, mas os dados despertam estranhamento, já que a procura por residências nas duas áreas é muito grande, justamente porque a área conta com infraestrutura completa. O que nós percebemos é que o número de imóveis para alugar nessas áreas é muito pequeno”, comentou.
Já os bairros mais desocupados de João Pessoa – Barra de Gramame e Ponta do Seixas (28,1%) – são justificados, segundo Rômulo, por se tratar de áreas caracterizadas por segunda moradia. “Nessas localidades, existem muitas residências utilizadas como área de lazer, descanso, estudo. São residências habitadas geralmente nos finais de semana e feriados”, explicou. O Centro (38,5%) e o bairro Universitário (29,1%) de Campina Grande também aparecem entre os mais desocupados.
Homens
Em 32% dos municípios paraibanos o número de homens é maior que mulheres. Das 72 cidades onde isso ocorre, Seridó, São José de Espinharas, Barra de São Miguel, Pitimbu e Marcação lideram o ranking. Em Seridó, os homens são maioria por uma diferença de apenas 292 habitantes. Nos outros municípios, a diferença é ainda menor: 242, 225, 194 e 179 respectivamente. Em João Pessoa, por exemplo, são 47.949 mulheres a mais do que homens, numa população de 723.515 habitantes. Campina Grande (20 803), Patos (5.064), Bayeux (4.244), Santa Rita (4.072) e Cabedelo (2.684) também registram as maiores diferenças.
Famup questiona dados sobre divisão
De acordo com o estudo da Malha Municipal e de Setores Censitário do IBGE, apenas sete dos 223 municípios paraibanos possuem estrutura territorial constituída por bairros.
Esse número, no entanto, é questionado pelo presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba, Rubens Germano Costa, que afirma que no município gerido por ele, Picuí, a divisão por bairros foi feita e aprovada através de lei na Câmara Municipal, apesar de não constar entre os sete apontados pelo IBGE. “Em Picuí, há uma legislação que trata da divisão por bairros. Não entendo porque o município não aparece na pesquisa, como também não sei como o IBGE faz esse levantamento, mas sei que os dados são questionáveis”, explicou o presidente da Famup.
O secretário de Planejamento de Sousa, Rodrigo Gurgel, também garante que a divisão por bairro foi feita e aprovada na Câmara de Vereadores. O município também não consta na lista dos sete divulgados pelo IBGE. “Acredito que houve um equívoco por parte do IBGE, já que todas as informações necessárias ao Censo foram repassadas pela prefeitura. Nós vamos procurar o instituto e passar as informações necessárias à correção da informação”, disse.
Segundo Gurgel, a Lei que define a classificação por bairro é a Nº 2.080, de 2005.
O coordenador Operacional do Censo, José de Andrade Martins, explica que entre 2007 e 2008 um ofício foi encaminhado a todos os municípios solicitando as informações necessárias. “Nós trabalhamos com as informações que foram repassadas pelos municípios. Quem respondeu o ofício foi incorporado a base de trabalho. Já aqueles que tinham a legislação formal mas que não informou ao IBGE infelizmente ficou de fora”, comentou.
Segundo Martins, os municípios que não estão na lista divulgada pelo IBGE podem solicitar as informações por bairro, entretanto, os dados não serão incluídos no resultado do Censo 2010.
Do Portal Correio
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