VÍDEO: Mesmo sem saber tocar, marceneiro surpreende ao fabricar viola na região do Vale do Piancó
Alan Neco está se tornando um exímio luthier - profissional especializado na construção e reparo de instrumentos de cordas. E esse interesse começou quando ele decidiu fabricar uma viola por conta própria
Será que é possível ser um fabricante artesanal de instrumento musical sem saber tocá-lo? O marceneiro Alan Neco, da cidade de Santana dos Garrotes, no Sertão paraibano, é a prova que sim. O repórter Waba da Palestina, que é correspondente da TV Diário do Sertão em Santana, foi até a casa de Alan bater um papo com ele e mostrar a habilidade desse apaixonado por viola.
Filho de marceneiro, Alan está se tornando um exímio luthier – profissional especializado na construção e reparo de instrumentos de cordas. E esse interesse começou quando ele decidiu fabricar sua própria viola por conta própria.
O curioso é que, embora seja apaixonado por viola desde criança, Alan nunca aprendeu a tocar. Porém, um amigo de Nova Olinda que morava em São Paulo lhe passou as primeiras dicas de como fabricar o tradicional instrumento. Daí em diante, ele colocou a mão na massa – ou melhor, na madeira – e o resultado foi surpreendente.
LEIA TAMBÉM:
Alan começou a fabricar sua viola em agosto de 2024. Hoje, ela está prontinha. É um belíssimo exemplar de viola tipicamente nordestina, dessas utilizadas por violeiros repentistas.
A beleza e durabilidade da estrutura fica por conta da madeira jacarandá violeta; e para garantir a precisão das escalas no braço, Alan utiliza um gabarito de slot, que é uma ferramenta usada por luthiers para abrir slots em instrumentos de cordas. Ele é feito de aço inox ou acrílico e pode ser usado em diferentes escalas e espessuras de braço. São precisos e versáteis, e podem ajudar a aumentar a produtividade e a qualidade do trabalho.
O marceneiro disse que pretende aprender a tocar o instrumento em breve e, que sabem, aos poucos, começar a fabricá-lo para comercializar sob encomenda.
No Nordeste, a viola geralmente é utilizada para acompanhar cantorias e repentes. Em 2021, o repente foi reconhecido como patrimônio cultural do Nordeste pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Embora o repente conte com diferentes acompanhamentos instrumentais – como o pandeiro, por exemplo – é comum que a viola seja o principal deles nas rodas de cantoria no Nordeste.
DIÁRIO DO SERTÃO
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário