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VÍDEO: Após descoberta de sítio arqueológico em Cachoeira, exposição reúne objetos da história do município

Para apresentar os achados, a UEPB e os estudantes da Escola Municipal Maria Cândido de Oliveira, que fazem parte do projeto Akangatu, sob a supervisão do professor de História Djalma Luiz, organizaram uma exposição na praça Padre Cícero

Por Luis Fernando Mifô

05/09/2023 às 18h41

Um novo sítio arqueológico foi localizado pela equipe do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (Labap), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), no município de Cachoeira dos Índios, Sertão da Paraíba, com ajuda da população. A novidade é que se trata de um possível sítio tupi no Sertão, região que, pelos levantamentos anteriores, seria área de domínio dos antigos cariris. O achado reforça a hipótese da presença desse grupo humano também no interior da Paraíba, onde já foram descobertos 18 sítios tupis.

Para apresentar os achados arqueológicos e outros bens culturais de Cachoeira dos Índios, a UEPB e os estudantes da Escola Municipal Maria Cândido de Oliveira, que fazem parte do projeto Akangatu, sob a supervisão do professor de História Djalma Luiz, organizaram uma exposição na praça Padre Cícero, com apoio da prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Educação. A UEPB levou para a praça o seu Museu Itinerante de História Natural. Já o projeto Akangatu apresentou também bens culturais, fotografias, artes plásticas e outros objetos essenciais para a história do município e da região.

Professor Djalma Luiz fala da satisfação em conseguir envolver seus alunos numa pesquisa científica tão importante para a história da Paraíba.

“Nós conseguimos transformar o Maria Cândido num lugar que prestou um serviço acadêmico para a Paraíba inteira. Quando nos desenvolvemos o projeto Akangatu, em que por meio da memória buscamos entender a história das fontes do município, para contar a história desse lugar que estava para ser descoberto, nós não imaginamos que encontraríamos uma cidade com tamanha rica cultura, uma história tão pungente, tão forte e hoje está na praça apresentando o desenvolvimento do meu projeto de pesquisa de mestrado, com apoio da Secretaria, com apoio da URCA, com a presença do meu orientador, de autoridades, de alunos das escolas municipais, um verdadeiro levante da história e da memória da cidade, é de uma satisfação que a gratidão na cabe no meu peito”, disse Djalma.

Professor Djalma Luiz. supervisor do projeto Akangatu (Foto: Mario Alves/TV Diário do Sertão)

Situado na zona rural da cidade, a cerca de sete quilômetro do Centro, o sítio abriga objetos de cerâmica que, provavelmente, pertenceram ao povo tupi e que estão ali há cerca de 600 anos, tempo que só será comprovado após o processo de datação. Já as análises comparativas da cerâmica é que poderão confirmar se é realmente um sítio tupi.

O estudante João Pedro, da cidade de Poço de José de Moura, curtiu se aprofundar na história de Cachoeira e dos indígenas paraibanos através da exposição.

“Eu sempre achei muito interessante como a história retratou muito bem o nosso passado, e acho isso muito interessante. Como aluno de Djalma, eu sempre me interessei, ele sempre fazia a gente se interessar pela história, então quando soube que ele tinha descoberto esse sítio arqueológico fiquei muito animado. É uma conquista tanto para ele, quanto para o município”, afirmou.

A UEPB desenvolve um grande projeto de pesquisa sobre a presença tupi nos sertões da Paraíba e este novo sítio reforça que esse povo esteve no Sertão antes dos europeus chegarem por aqui. O prefeito de Cachoeira dos Índios, Allan Seixas, ressalta que a descoberta do sítio arqueológico é um reencontro do município com a sua história.

“Esse é um momento muito importante para o nosso município, para a educação,  para a cultura, está de parabéns. Nós nunca tivemos uma educação como essa. Agradecer ao professor Djalma e todo corpo de alunos e professores que se engajaram nesses achados aqui no nosso município. Hoje nós podemos dizer que Cachoeira dos Índios tem cachoeira e teve índios e provar que somos descendentes indígenas”, ressaltou o prefeito.

Ana Maracajá, secretária de Educação de Cachoeira dos Índios, reitera que a exposição é um marco histórico para a população local.

“É comprovada a existência dos tupis até a região do nosso cariri, então Cachoeira dos Índios vem com esse achado importante de arqueologia para o Brasil inteiro. Esses achados indígenas nós podemos trazer o empreendedorismo e também a questão da educação, é muito importante, porque nossos alunos tem como saber que são cachoeirenses, como surgiu a comunidade, então esse evento marca a história e futuramente nós teremos um museu histórico cultural de Cachoeira dos Índios, para melhorar ainda mais o nosso conhecimento e formar nossa identidade cultural e histórica”, disse

Quem mora nas regiões onde, normalmente, são encontrados sítios arqueológicos ou paleontológicos e anda por esses locais, pode reconhecer um sítio. Porém, uma orientação é não tocar nas peças para evitar retirar os materiais arqueológicos do contexto. Em seguida, acionar o Iphan ou o Labap da UEPB.

DIÁRIO DO SERTÃO

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