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Bandidos que atropelaram grávida no Rio vão responder pelo aborto do bebê

O crime não será enquadrado como homicídio por se tratar de um feto de 3 meses.

Por Priscila Belmont

11/07/2017 às 10h53

Os criminosos que atropelaram a empresária grávida Flávia Ahrends, de 40 anos, e causaram a perda do bebê vão responder na Justiça pelo aborto da criança. O crime não será enquadrado como homicídio por se tratar de um feto de 3 meses. Mas o delegado Wellington Vieira, titular da 21ª DP (Bonsucesso), explicou que há previsão no Código Penal para que os suspeitos não saiam impunes da morte do pequeno Arthur, ainda na barriga da mãe, na sexta-feira, na Zona Norte do Rio.

— Eles vão responder pelo aborto. Há previsão no Código Penal de crime de roubo aumentado por morte ou lesão corporal grave durante ou após (o roubo). O aborto é considerado uma lesão corporal grave — ressaltou Vieira, responsável pelo caso.

Uma câmera de segurança flagrou o atropelamento. Com o agravante, a pena do roubo, que é de 4 a 10 anos de prisão, aumenta para de 7 a 15 anos. O delegado aguarda na manhã desta terça-feira a empresária e o marido, Eduardo Baptista, que deverão prestar depoimento e tentar reconhecer suspeitos por meio de fotografias. O investigador tem esperança que o casal aponte os assaltantes entre os homens de uma quadrilha que já está na mira da Polícia Civil.

— Existe uma esperança de (os bandidos) serem integrantes da mesma quadrilha que estamos investigando. Se for verdade, vamos conseguir um reconhecimento por foto. Esta abordagem não é comum. Esse atropelamento foi caso único. Não precisaria de tanto. Uma simples abordagem resolveria o problema deles (dos criminosos) — lamentou Vieira.

Vieira esperou Flávia e Baptista na tarde de segunda-feira. Mas as vítimas, muito abaladas, foram para o hospital e marcaram para o dia seguinte. A empresária passou por uma cirurgia de retirada do feto. Ela está traumatizada, segundo o marido, que também se preocupa com o filho de 10 anos, que presenciou o assalto.

— O bandido me esfaquearia no abdômen, mas eu consegui colocar o braço na frente. Depois corri, achei que ele ia me matar. Meu filho ficou traumatizado, achando que eu tinha sido atingido no peito — contou Baptista, que vai levar o garoto para acompanhamento psicólogico.

Arthur seria o primeiro fruto do relacionamento de 2 anos do casal. Esse é o mesmo nome do bebê baleado ainda na barriga da mãe, há uma semana, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Extra

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