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Ataque terrorista deixa ao menos 235 mortos

Ao menos 235 pessoas morreram após terroristas explodirem uma bomba e atacarem a tiros os fiéis

Por Diário do Sertão

24/11/2017 às 14h46

Ataque terrorista na mesquita de Al-Rawdah, na Península do Sinai, ocorreu durante orações desta sexta-feira

Ao menos 235 pessoas morreram após terroristas explodirem uma bomba e atacarem a tiros os fiéis islâmicos que participavam do período de orações em uma mesquita na Península do Sinai , no norte do Egito, nesta sexta-feira (24). O número de vítimas foi reportado pela TV estatal egípcia, MENA , que cita ainda um total de 120 pessoas feridas na mesquita de al-Rawda.

De acordo com Osama Bin Javaid, correspondente da TV Al Jazeera , testemunhas relataram que primeiro houve a explosão bem ao lado da mesquita de al-Rawda, fazendo com que os fiéis deixassem o templo apavorados e fossem em seguida abatidos por atiradores posicionados do lado de fora de al-Rawda. Meios da imprensa israelense reportaram que as saraivadas de tiros foram disparadas por homens distribuídos em quatro carros 4×4.
Ainda segundo a estatal MENA , até mesmo as ambulâncias que chegavam à região para socorrer as vítimas foram alvos de tiros.

Nenhuma facção reivindicou a autoria do atentado até o momento. O principal suspeito de estar por trás desse ataque é o Estado Islâmico, que tem atuado constantemente na Península do Sinai, especialmente após a deposição do ex-presidente egípcio Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, em 2013.

A mesquita que foi alvo do atentado desta sexta-feira fica em uma localidade onde a maioria da população pertence à etnia Al-Sawarka, que anunciou a participação na luta contra o Estado Islâmico em maio do ano passado.

O Sinai
Considerada área importante pelo islamismo, judaismo e cristianismo, a Península do Sinai historicamente tem sido palco de disputas e episódios sangrentos. De acordo com a bíblia cristã, o local foi onde Moisés conversou com Deus e recebeu os dez mandamentos.

O Sinai foi tomado por Israel em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, quando o judaismo israelense derrotou “sozinho” (Israel contou com apoio dos Estados Unidos) o grupo muçulmano formado pelo Egito, Arábia Saudita, Síria, Iraque, Argélia e Sudão, passando a controlar, além do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e as Colinas de Golã.

De acordo com o escritor Lawrence Wright, autor do vencedor do prêmio Pulitzer O Vulto das Torres (sobre a Al-Qaeda e o atentado de 11 de setembro), aquela derrota levou os muçulmanos a considerarem que Deus escolheu o lado de Israel naquela guerra pois os islamitas não estariam aplicando devidamente a sharia , a lei sagrada do Islã. Esse pensamento, nutrido por distorções na interpretação das profecias do profeta Maomé, teria sido um dos pontos determinantes para o surgimento de facções jihadistas cada vez mais radicais, como o Estado Islâmico.
O Sinai foi devolvido por Israel ao Egito em 1979 após a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.

Ig

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