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Ricardo Coutinho não esconde insatisfação com Dilma, se posiciona contra golpe, declara que juízes estão levando investigação para o lado político

Durante inauguração de condomínio, Ricardo Coutinho se posicionou contra o andamento que a operação Lava Jato está tomando

Por Luis Fernando Mifô

18/03/2016 às 17h21 • atualizado em 29/03/2016 às 19h12

Durante a inauguração do condomínio Cidade Madura em Cajazeiras, na manhã desta sexta-feira (18), o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), se posicionou contra o andamento que a operação Lava Jato está tomando nas investigações, considerado por ele parcial e seletivo. Para Ricardo, a Lava Jato e o Poder Judiciário estão subvertendo o princípio da isenção por causa de ideologias políticas.

O líder do Executivo paraibano admitiu que também puxa o coro dos descontentes com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), mas é contra qualquer tentativa de derrubar governos que não seja através do voto popular. Para ele, há sim uma articulação com tendências golpistas da oposição apoiada pela grande mídia para provocar crise política e gerar “convulsão social”.

Ricardo Coutinho, de camisa laranja, inaugurou condomínio para idosos em Cajazeiras nesta sexta (18)

Ricardo Coutinho, de camisa laranja, inaugurou condomínio para idosos em Cajazeiras nesta sexta (18)

Coutinho chamou de “abuso de autoridade” o caso do vazamento do áudio de uma conversa por telefone entre Dilma e o ex-presidente Lula (PT), feito pelo juiz da Lava Jata Sérgio Moro, e em tom de ironia disse que tem medo de falar ao telefone.

– Eu acho que todo mundo hoje no Brasil tem medo de falar no celular, não sou só eu, porque o que está se assistindo nesse país é muito grave. Eu não estou entrando no mérito se o governo é bom ou rum. Eu acho que o governo não é bom. Agora, a investigação não pode ser seletiva, por que senão daqui a pouco se perde a credibilidade da investigação. Além disso, os direitos fundamentais da pessoa humana são uma conquista nossa. Alguns, talvez, não lembrem de como foi a ditadura militar. E hoje nesse país estão grampeando até presidenta da República. Você não pode grampear a instituição Presidência da República e tornar público esse grampo. Isso é um abuso de autoridade – comentou.

Para reforçar o caráter político que a Lava Jata e o Poder Judiciário estão dando a esse caso, Ricardo lembrou que o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara do Distrito Federal, que suspendeu a posse de Lula como ministro da Casa Civil, está sempre presente nas manifestações contra o governo Dilma.

– Lula que não tem um processo contra ele. Ele está sendo investigado, mas não é réu. O juiz que deu [a liminar suspensiva] estava nas manifestações. O seu Face particular é todo direcionado para derrubar o governo. Quem está envolvido numa investigação dessa tem que ter isenção. E eu acho que o povo do Brasil precisa estar acima de qualquer partido, de qualquer governo, e defender uma coisa que deve ser sagrada, que é a democracia.

O governador admitiu que está temeroso com a atual situação política e pede que o país não se divida e que a população não se torne “massa de manobra” da grande mídia.

– A grande mídia, enquanto concessão pública, não tem o direito de ficar pegando vazamentos que são seletivos pata incentivar uma convulsão social. Eu não quero isso para o nosso país – concluiu.

DIÁRIO DO SERTÃO

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