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FECHADO? CRM interdita eticamente hospital pediátrico de emergência no Sertão do estado

O Hospital da cidade sertaneja, por falta de anestesistas na escala de plantão da unidade. “Um hospital de emergência não pode funcionar desta forma"

Por Diário do Sertão

07/12/2016 às 16h01 • atualizado em 07/12/2016 às 16h06

Hospital Infantil Noaldo Leite, em Patos

A equipe do Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba interditou eticamente, nesta quarta-feira (7), o Hospital Infantil Noaldo Leite, em Patos, por falta de anestesistas na escala de plantão da unidade.

Foi estipulado o prazo de até às 00h (meia noite) desta quarta-feira (07), para que o hospital encontre uma solução para o problema, caso contrário, a equipe médica será retirada e o Infantil de Patos não poderá atender mais atender.

Veja nota!
O Hospital Infantil Noaldo Leite, em Patos, não poderá internar pacientes e realizar cirurgias a partir da 0h desta quinta-feira (8). O atendimento médico está suspenso até que a unidade regularize a escala de plantão de anestesistas. Nesta quarta-feira (7), a equipe do Departamento de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) esteve no hospital e foi identificado que os anestesistas continuam prestando serviço ao hospital em sobreaviso, ou seja, são convocados quando há necessidade de algum procedimento cirúrgico.

O diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, disse que este tipo de escala fere o Código de Ética Médica, já que o médico deixa o plantão sem ter o seu substituto. “Um hospital de emergência não pode funcionar desta forma. É preciso que o Governo do Estado tome uma providência para sanar esta irregularidade”, destacou.

Segundo João Alberto, com a interdição ética dos médicos, apenas o ambulatório pode continuar atendendo. “Se houver necessidade de internação, o paciente deve ser encaminhado para outra unidade. Um paciente internado pode ter uma piora a qualquer momento e necessitar de um procedimento cirúrgico. O hospital não tem como atender esta demanda com a escala de plantão que possui”, explicou.

João Alberto disse que a direção do hospital foi informada que a fiscalização seria realizada nesta quarta-feira. “O Conselho não tem interesse em interditar eticamente os médicos, porém da maneira que o hospital está funcionando não há segurança nem para os pacientes nem para os profissionais, que podem sofrer sanções judiciais caso não prestem o serviço adequadamente”, explicou.

O diretor de Fiscalização do CRM-PB disse que o impasse envolvendo o Hospital Infantil Noaldo Leite teve início em março, quando uma criança faleceu após esperar oito horas por uma cirurgia, que não foi realizada em tempo hábil porque o anestesista, em sobreaviso, não conseguiu chegar à unidade antes do agravamento do estado de saúde do paciente. “Uma sucessão de problemas, que teve início no hospital universitário em Cajazeiras, culminou no óbito da criança. Porém, ao apurar os fatos, descobrimos a falta de anestesistas de plantão no Hospital Infantil Noaldo Leite”, destacou.

Na última quinta-feira (1), os cirurgiões do Hospital Infantil Noaldo Leite haviam comunicado ao CRM-PB, através de ofício, que não iriam prestar serviço na unidade hospitalar até que fossem contratados anestesistas para o hospital.O hospital é o único na região de Patos com referência no atendimento de emergência e clínica-cirúrgica em pediatria. Com a interdição ética médica, centenas de cirurgias e atendimentos serão suspensos.

Problemas Hospital Regional Janduhy Carneiro
Após a interdição ética médica do Hospital Infantil Noaldo Leite, a equipe de Fiscalização do CRM-PB identificou diversas irregularidades no Hospital Regional Dep Janduhy Carneiro, localizado também em Patos. De acordo João Alberto, em uma vistoria rápida, foram encontrados problemas graves, como esgoto aberto no Centro Cirúrgico, falta de materiais básicos (luvas, PVPI, fio para sutura, medicamentos), material de órtese e prótese de baixa qualidade (alguns se danificam quando o paciente começa a andar), aparelhos de ultrassom e endoscopia quebrados, uso de furadeira doméstica em cirurgias ortopédicas, entre outras inconformidades.

O diretor de Fiscalização do CRM-PB disse que será enviado um relatório ao Ministério Público com todas as irregularidades e, em breve, será realizada uma fiscalização minuciosa em todas as dependências do hospital. “Fizemos uma vistoria rápida e encontramos problemas sérios. Vamos agendar uma fiscalização e elaborar um relatório detalhado que vai respaldar uma ação civil pública do Ministério Público”, ressaltou João Alberto.

DIÁRIO DO SERTÃO com assessoria

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