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Zika pode ser transmitido por sexo oral, afirma estudo

Uma francesa teria contraído o vírus após realizar a prática em seu companheiro, que teve sintomas de zika após uma viagem ao Brasil

Por Campelo Sousa

11/04/2017 às 07h45 • atualizado em 11/04/2017 às 09h21

Exemplares de aedes aegypti em laboratório em Campinas. (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Cientistas sugerem que o zika vírus pode ser transmitido por sexo oral e até mesmo pelo beijo – embora esta última possibilidade seja mais remota. Tais possibilidades passaram a ser avaliadas após o relato de um caso relatado em um artigo publicado esta semana no periódico científico New England Journal of Medicine, de uma francesa que teria contraído a doença após realizar sexo oral em seu parceiro.

A francesa, de 24 anos, teria apresentado sintomas de zika após praticar sexo oral em seu parceiro. O homem, de 46 anos, tinha acabado de voltar de uma temporada no Brasil e havia apresentado sintomas da infecção – febre, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo – enquanto ainda estava no país.

De acordo com o casal, antes dos sintomas da doença aparecerem na parceira, eles tiveram sete relações sexuais que envolveram sexo vaginal sem ejaculação e sexo oral com ejaculação.

Alguns dias após o aparecimento dos sintomas, ambos fizeram o teste para o zika. No organismo masculino foram encontrados grandes quantidades do vírus no sêmen e na urina, mas nada no sangue e na saliva. Já na mulher, detectou-se o zika na urina e na saliva. além de anticorpos para o vírus no sangue. O material vaginal não apresentou infecção.

“Não podemos excluir a possibilidade da transmissão não ter ocorrido pelo sêmen, mas por outros fluídos biológicos, como secreções pré-ejaculatórias ou saliva”, escreveram os autores.

Em relação à possibilidade da transmissão ter ocorrido pelo beijo, John T. Brooks, epidemiologista do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) acredita que seja improvável. “O beijo precisa ser seguro, porque, se não fosse, você não acha que teríamos muito mais casos de zika? Mas, para ter certeza disso, precisaríamos fazer um estudo onde as pessoas somente se beijassem e não houvesse contato sexual, e isso é muito difícil.”, disse ao jornal americano The New York Times.

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