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VÍDEO: Auditoria alerta Prefeitura de Mãe D’Água sobre água imprópria para consumo e abastecimento precário

De acordo com o relatório ao qual o Diário do Sertão teve acesso, não há um funcionamento adequado do despejo nem do tratamento dos resíduos ou dejetos provenientes da população

Por Luis Fernando Mifô

20/02/2024 às 18h47 • atualizado em 20/02/2024 às 18h55

Um relatório de auditoria produzido pelo engenheiro ambiental Francisco Fabrício Damião de Oliveira e pelo mestre em energias renováveis José Ramon Nunes Ferreira, a pedido de vereadores da oposição a partir de denúncias de moradores, aponta que a água na cidade de Mãe D’Água, no Sertão paraibano, é imprópria para consumo humano e o sistema de captação e distribuição realizado pela prefeitura é precário.

De acordo com o relatório ao qual o Diário do Sertão teve acesso, não há um funcionamento adequado do despejo nem do tratamento dos resíduos ou dejetos provenientes da população.

“Embora a zona urbana tenha uma coleta do esgoto subterrânea derivada dos seus domicílios, não há um tratamento adequado dos resíduos, sendo despejado sem qualquer controle ao meio ambiente, mesmo que direcionados para uma ETE (desativada) e uma Fossa Rudimentar, tornando risco de contaminação elevado para a população do local e domiciliados tangentes”, afirma um trecho do relatório.

“A Estação de Tratamento de Esgoto instalada na cidade, com capacidade para atender 125 domicílios, não está em funcionamento, por haver equipamentos inativos. Na região sul da cidade, há uma fossa rudimentar instalada desde a época de fundação do município, que atende a maior parte dos domicílios da zona urbana. Por se tratar de fossa rudimentar, não há qualquer tratamento dos resíduos, sendo dessa forma, um fator contaminante para o meio ambiente e um risco elevadíssimo para a população local”, acrescentam os especialistas.

Trecho do relatório ao qual o Diário do Sertão teve acesso (Foto: Reprodução)

No programa Olho Vivo desta terça-feira (20), o vereador Luís Carioca (Cidadania) contou que o número de pessoas adoecendo por causa da água tem aumentado. O próprio vereador vivenciou um momento delicado, quando um filho dele foi levado ao Hospital Regional de Patos (HRP) com sintomas de contaminação. Ao fazer uma avaliação preliminar, o médico perguntou ao vereador como é a qualidade da água em Mãe D’Água.

“Quando a água vem, ela vem barrenta, vem com sabor horrível. E infelizmente temos muitas pessoas pobres aqui, que não têm condições de estar comprando água. Então, o consumo dessa água é praticamente por 70% do município”, alerta o parlamentar.

Fotos da estação de tratamento anexadas ao relatório

Segundo o relatório da auditoria, “há o agrave de o abastecimento de água para consumo ser advindo de poços provenientes de lençóis freáticos da própria localidade, podendo estar inclusive contaminado pelo esgoto da cidade.”

O documento aponta, ainda, “ausência de medidas adequadas de manutenção e limpeza nos pontos de coleta” e revela que agentes de saúde notificaram a gestão municipal diversas vezes das irregularidades no sistema de água para consumo. “Essa negligência eleva os riscos de contaminação, impactando diretamente a saúde pública e a qualidade de vida dos residentes.”

O vereador Luís Carioca enfatiza que o problema é antigo. “Infelizmente, foi deixando se levar. Com o município crescendo, cresce também a quantidade de esgotos e a contaminação dos solos. Essa água, quando ela desce, é no sentido do Açude Capoeira, onde vai contaminar também o açude, que faz a distribuição para o município de Santa Terezinha, Patos e São José do Bonfim.”

Neste relatório da auditoria existe um anexo que mostra um Relatório de Ensaio realizado pela Cagepa que também atesta água imprópria para consumo. Também uma recomendação feita pelo Conselho Municipal de Saúde em dezembro de 2023 onde foi notificado “água fora dos padrões para o consumo humano”, com base em laudos apresentados pela Vigilância Ambiental do município de Mãe D’Água.

Outro lado

A produção do programa Olho Vivo não conseguiu contato com a gestão municipal nem com o prefeito Francisco Cirino da Silva. O espaço fica liberado para o município se manifestar ou também através do e-mail [email protected]

DIÁRIO DO SERTÃO

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