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VÍDEO: Negligência e falta de planejamento originam problemas em estradas e açudes, aponta engenheiro

Crateras em rodovias e risco de rompimento de barragens de açude durante período de chuvas no Sertão paraibano são problemas cuja origem é a mesma, segundo Fernando Figueiredo

Por Luis Fernando Mifô

23/04/2024 às 18h08 • atualizado em 23/04/2024 às 18h15

Crateras em rodovias e risco de rompimento de barragens de açudes durante período de chuvas no Sertão paraibano são problemas cuja origem é a mesma: negligência e falta de planejamento do poder público. Essa é a constatação do engenheiro Fernando Figueiredo na coluna “Diário de Obras” do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão. Fernando comentou, especidicamente, sobre problemas na rodovia CE-384, que liga as cidades de Mauriti (CE) e Conceição (PB).

No caso das crateras, o engenheiro explica que as rodovias pavimentadas são formadas por camadas de aterro no subsolo e asfalto em cima que serve como impermeabilizante. Se as camadas não estiverem bem compactadas e a água infiltrar, ela provoca erosão. Para evitar esse tipo de problema, é necessario que haja manutenção preventiva periódica nas pistas.

“Se você negligencia uma dessas camadas, mesmo que seja fininha, no final vai ter um problema gigantesco na rodovia. A água, em período chuvoso, começa a infiltrar, começa a danificar a rodovia e gera um efeito dominó. A água vai entrando, vai deixando o solo mais frouxo e abre precedência para esse tipo de situação”, detalha o engenheiro.

Cratera na rodovia CE-384, entre Mauriti (CE) e Conceição (PB) (Foto: Reprodução/Vale do Piancó Notícias)

Fernando ressalta que as obras executadas de forma imediata, sem o devido planejamento, em função de emendas parlamentares, agravam ainda mais o problema. Ele aponta também que a recuperação de rodovias geralmente acontece quando a pista já está inutilizável.

“Com toda certeza do mundo, isso aí é falta de manutenção e falta de planejamento. (…) A gente já discutiu aqui os problemas das emendas no Brasil. Atrapalha demais essa forma de fazer uma obra só com emenda porque ela é de repente, é uma emenda que sai sem planejamento algum; destina os recursos e as obras saem dessa forma.”

Mesmos fatores atingem açudes

Nos reservatórios, a falta de planejamento e de cuidados períodicos por parte do poder público se repete. “Tem que ser destinado um recurso próprio para esses mananciais para manutenção. Todo mês, todo semestre. Isso é sabido pelas pessoas, o problema é a cobrança, como a cobrança tem sido feita ao longo do tempo”, aponta o engenheiro.

Fernando Figueiredo citas duas deficiências estruturais que provocam risco de tragédia: a construção de barragens amontantes (acima dos mananciais) e a permissividade para se construir imóveis e plantações às margens dos açudes.

DIÁRIO DO SERTÃO

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