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Damião Fernandes

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100 ANOS: Dioecesis Cajazeirasensis

06/02/2014 às 15h58

A Diocese de Cajazeiras? foi criada pelo Papa Pio X, através da bula "Maius Catholicae Religionis Incrementum", no dia 06 de Fevereiro de 1914 . De lá pra cá, 100 anos se passaram. É evidente que diante de uma herança histórica como essa, centenas foram os fatos e os acontecimentos, assim como também, centenas foram as pessoas que marcaram a peculiar história desta Diocese Cajazeirense, fundada no Alto Sertão Paraíbano desmembrada da então Diocese da Paraíba.

Devido a enorme expansão territorial da Diocese da Paraíba, era extremamente difícil a possibilidade de intercambio entre as paróquias, sobretudo àquelas mais próximas do Sertão e distantes da sede, cujas distâncias atingiam entre 400, 500 e 550 km. A Diocese de Cajazeiras é gerada diante grande necessidade de encurtar distancias territoriais entre o Pastor e suas ovelhas e levar todos os homens à uma proximidade maior com o Cristo e com a Igreja.

O anuncio do Evangelho precisava chegar aos homens e mulheres sertanejos sedentos da água que sacia o corpo, mas também daquela água que sacia a alma. A semente da palavra precisava encontrar-se com a terra árida e seca do sertão. A terra, sim! Deveria ser rachada de seca. Mas, os corações de centenas de homens e mulheres de boa vontade, eram solícitos e acolhedores á grande novidade.

Centenas de milhares, foram aqueles homens e mulheres simples que cotidianamente acorriam com seus cantos, hinos e romarias até a pequena capela de Nossa Senhora da Piedade que havia sido construída por Mãe aninha como lugar do culto cotidiano daquelas pessoas de almas nobres e corações disponíveis e que veio a ser primeira catedral do bispado. Dom Moisés Coêlho, o primeiro morador ilustre do lugar episcopal.

A fé simples, porém resistente, é umas das marcas identitária desse povo sofrido e esperançoso desse Alto "torrão" paraibano. O que para nossos ancestrais seria uma pequena capela, para nós hoje, a 'batizamos' pelo nome de Igreja Matriz Nossa Senhora de Fátima. Os templos aumentam de acordo o crescimento demográfico local e também de acordo com a expressão devocional das pessoas. A vida e a fé do povo alargou-se de uma capela á uma Igreja. O pequeno vilarejo "dos Rolim", também se desenvolveu. A Diocese de Cajazeiras, nestes cem anos, se destaca pelo seu grande potencial evangelizador e propagador da Boa Nova do Reino e sua voz profética de denúncia e anúncio da libertação do homem redimido pelo Cristo. Anunciadora por meio de palavras e ações, através da Fé e da Vida.

Nesta história centenária, inúmeros foram os sacerdotes, que de forma silenciosa, imolaram suas vidas no altar do martírio cotidiano. Homens que disseram ‘sim’ ao Projeto de Deus para suas vidas e levaram até ás últimas consequências os desafios de sua escolha. Quantos sacerdotes, que em sua vida silenciosamente imolada, se assemelharam ao Servo sofredor profetizado por Isaías: “Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador” (Isaías 53,7). Incontáveis religiosos e religiosas, leigos e leigas, que não se acomodaram a viver uma vida medíocre, mas que, por amor ao Evangelho e á Igreja, se tornaram homens e mulheres desafiadores do seu tempo e conduziram suas vidas pelas premissa da Boa Nova de Jesus.

Na história da Dioecesis Cajazeirasensis centenária há muito sangue, suor e lágrimas derramados como testemunho evangélico por amor à Cristo e à sua Igreja. Todos nós cidadãos cajazeirenses – Católicos ou não – somos devedores desse passado, que mesmo não sendo vivenciantes oculares, somos depositários da sua herança histórica e espiritual, da sua riqueza humana e social. A Diocese de Cajazeiras, nesta festa centenária, não celebra somente construções feitas ou títulos conquistados, mas celebra, sobretudo, as centenas de milhares de vidas doadas em martírio por amor à Cristo e no anuncio destemido do Evangelho. Pois a verdadeira história da Igreja sempre é construída sobre o alicerce da martiria evangélica por amor ao Outro.

Unidos á Dioecesis Caiazeirasensis centenária, iremos também nós Agradecer, Celebrar e Evangelizar.

 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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