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Saulo Péricles

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A complexidade da política Norte Americana

10/02/2025 às 19h05 • atualizado em 10/02/2025 às 19h06

Coluna de Saulo Péricles - na foto: Donald Trump e Kamala Harris - Foto: reprodução/Instagram

Por: Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Meus pacientíssimos leitores: não gosto, nem tenho a menor “expertise” para tecer comentários acerca da situação atual do mundo depois da eleição do novo presidente dos Estados Unidos, o “homem amarelo”: Donald Trump, mas cono já residi (e não fui deportado) na chamada maior potência econômica do mundo, e durante aquele tempo, há mais de 50 anos, me foi muito proveitoso para entender como funciona a mente do americano médio, tanto sobre eles, como sobre os outros países. Corria o ano de 1974 os USA ainda estavam no final da guerra fria, e ainda não haviam voltado todos os soldados da guerra do Vietnam. Como eu vivia numa cidade de 1.200 habitantes situada no Meio Oeste Americano, eles me tinham como uma curiosidade local. Então, como eu com meu temperamento discreto característico, fui acolhido com bastante cordialidade. Eu era a pessoa a quem todos queriam ensinar. E eu por minha vez, tive a oportunidade de até ensinar alguma coisa para eles, como fazer conta de dividir, e extrair raiz quadrada, bem como ensinar o sistema métrico decimal, que os Estados Unidos acabavam de adotar.

Mas ao par dessas coisas benfazejas, eu sentia uma característica introjetada na mente de quase todos os americanos. de que eles se achavam o maior país do mundo e que iriam dominar o restante do mundo com seus esportes estranhos e sistemas nem tão úteis e baratos inundar o mundo com seus produtos e costumes. Mas o buraco sempre foi mais em baixo. Desde a Segunda Guerra Mundial que o Grande Gigante do Norte Não ganha uma guerra. Não conseguiu invadir e Coréia do Norte, perdeu de forma humilhante a Guerra do Vietnam, e mais recentemente, a do Afeganistão. A guerra por correspondência que faz contra a Rússia, é prejudicial para seus aliados, que não conseguem acesso ao gás natural barato de lá e os Estados Unidos colocam o seu a preços muito altos, o que provoca prejuízos a países estratégicos como a Alemanha e a França, que fica, sem esse acesso, pois o gasoduto “nórd. estrema”, que levava esse ás para a Alemanha e a Europa foi sabotado na (ou pela) Ucrânia, mas a Rússia conseguiu fazer um acordo com a China para vender todo esse gás e os países que se alinharam aos USA, vão perder, se é que não já perderam, esse fornecimento para eles.

Outro ponto. Os tais “imigrantes ilegais” que tomavam os empregos dos americanos, além de fazerem parte do mercado consumidor de lá, não tem quem os reponha pagando os salários muito baixos (oito dólares por hora) ou menos, para lavarem banheiros e fazer o trabalho que os americanos não se submetem, vão exigir maiores remunerações, o que vai causar uma inflação e uma completa desorganização nas relações trabalhistas americanas além da escassez da mão de obra desqualificada que se submete a esse tipo de serviço. A associação de veteranos das forças armadas dos USA, que de heróis que lutaram pela “pátria da liberdade”, quando voltaram viraram desempregados, já publicaram uma declaração que não lutarão nas guerras de Elon Musk.

O que o novo governo tem feito, é na realidade, desagradar a todo mundo, tanto adversários, que já esperavam por isso, quanto aliados, que achavam que iriam obter benesses do novo governo que se instalou.

A Nigéria, o país mais populoso da África, deixou de exportar petróleo para os USA e convocou todos os seus nativos que estão em solo americano para voltarem para seu país, no que foi seguido pela Colômbia. Palavras do presidente da Nigéria: “quando eu falo com os americanos, eu recebo um sermão; quando eu falo com os chineses, recebo um aeroporto”.

São sintomas inequívocos de um império em processo de decadência que tende a se aprofundar conforme o tempo passa, como aconteceu com a Babilônia, o Egito, a Pérsia, Roma, o Império mongol, o Império Britânico, o Terceiro Reich e todos os outros.

Existe uma frase interessante que li recentemente: “ser inimigo dos Estados Unidos é ruim, mas ser aliado é fatal” …

Como escreveu Camões no começo dos Lusíadas, se referindo ao Reino de Portugal, poucos anos antes da morte de Dom Sebastião, que enterrou de vez o sonho do Grande Portugal: “Cesse tudo que a musa antiga canta / Que outro valor mais alto se alevanta”. Assim foi com o reino de Portugal, e assim está sendo com o Grande Império do Norte. Que venham a China, a Índia e as novas potências emergentes e não localizadas em um único país…

A máfia americana somente se consolidou como organização, quando ela criou uma comissão em que se tomavam decisões colegiadas, com os membros históricos Lucky Luciano, Carlo Gambino, Meyer Lensky entre outros, que chegaram a fazer uma organização tão poderosa, que se deve a ela por exemplo, a formação da cidade de Las Vegas e em plena Segunda Guerra Mundial, foram chamados para proteger o porto de Nova York, Lensky afirmava que eram maiores que a U.S, Steel (a maior siderúrgica americana), mas eram organizados e eficientes, diferentemente de determinados tiranetes que querem tentar enganar o mundo tentando vender a ilusão que são o pais da hegemonia total. Cedo ou tarde vão saber aonde estão seus limites.

Mas como eu afirmei no início, não tenho a capacidade de fazer julgamentos sobre um tema tão complexo. Muita água vai rolar, e possivelmente cabeças também, espero que a minha não seja uma delas…

João Pessoa, 10 de fevereiro de 2024.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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