As Redes Sociais no Ambiente Escolar
A comunicação é um atributo inerente à natureza humana. Todo homem necessita como realidade intrínseca para a construção da sua identidade e das suas relações fazer do ato de comunicar-se um instrumento basilar no seu dia a dia. Uma sociedade democrática se funda e se estabelece sempre a partir das relações sociais livres entre as pessoas. Relações estas que devem ser intermediadas por meio do diálogo entre os diferentes entes envolvidos. A comunicação é algo inerente á convivência social, o que significa que as pessoas têm necessidade de se comunicar, por isso, possuem o direito á comunicação. Se na teoria esse processo parece simples, na prática as garantias para exercer o direito a comunicação estão longe de se realizarem.
A comunicação como parte de nossa condição humana e como elemento fundamental para a constituição de uma sociedade democrática, não podemos negar que este direito à comunicação torna-se como um elemento constitutivo de um sujeito conscientes dos seus direitos e dos seus deveres, ou seja, um sujeito certo da sua cidadania. Portanto, um sujeito que não pode ser negado a ele o direito á Comunicação e o dever da participação que é inerente ao ser dialógico e democrático.
De acordo com o pensamento freiriano “a democracia que, antes de ser forma política, é forma de vida, se caracteriza, sobretudo por forte dose de transitividade de consciência no comportamento do homem. Transitividade que não nasce e nem se desenvolve a não ser dentro de certas condições em que o homem seja lançado ao debate, ao exame de seus problemas e dos problemas comuns. Em que o homem participe”. (FREIRE, 1967. p. 81).
Ainda segundo Freire, “somente uma educação que promova a passagem do individuo de uma consciência ingênua, onde predomina um incompromisso entre ele mesmo e sua existência limitando sua esfera de apreensão da realidade para uma existência dialógica com o mundo, dele mesmo com os outros homens e dele mesmo com o criador” será uma educação em vista da construção de um homem conscientemente livre, dialógico e cidadão. (FREIRE, 1967. P. 58-59).
Portanto, a escola é o centro de discussão das novas perspectivas de comunicação e como também sobre o uso pedagógico dessas atuais redes de comunicação social, que promova uma cidadania que emancipe o sujeito e alargue cada vez a sua liberdade de expressão e convivência social. As Redes Sociais se encaixam perfeitamente nessa nova realidade trazida pela modernidade. È responsabilidade da Escola, como lugar privilegiado da construção do conhecimento e da cidadania, promover debates acerca do bom uso das redes sociais como construtores não somente de informação e conhecimento, mas, sobretudo de uma cidadania pensada e de cidadãos pensantes.
A escola não pode cristalizar-se numa só concepção de cultura. Ela precisa abrir-se para novas manifestações culturais, no sentido do próprio respeito pelo outro (…). Por isso, é preciso trabalhar, entre outros, os conceitos de identidade, cultura popular, cultura elaborada, cultura da cidadania e mostrar que o êxito ou fracasso do aluno e da aluna — principalmente os que provêm das classes populares — depende do equacionamento da relação entre identidade cultural e itinerário educativo. A escola deve ser local como ponto de partida, mas deve ser nacional e internacional como ponto de chegada.” (Gadotti e Romão, 1997).
O que propomos, é que a partir de uma utilização consciente e crítica das Redes Sociais, A escola possa ser promotora de uma consciência e de uma atitude cidadã no interior do ambiente escolar e por consequência, fora dos seus muros. Posturas cidadãs que demonstrem uma compreessão e uma utilização das Redes Sociais, não apenas como ferramenta de entretenimento ou qualquer forma de exibicionismo narcisista. Mas, sobretudo, fazer uso das Redes Sociais tendo sempre em vista a promoção da cidadania no ambiente escolar e em especial, evidenciando que tal propositura pode fazer a diferença enquanto nova postura na leitura do mundo e na transformação da realidade.
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