João Claudino: um cidadão inesquecível

Por José Antonio – No dia 24 de abril de 2020, partiu para as alamedas da eternidade, João Claudino Fernandes, um homem imortalizado pelo trabalho e pela infinita quantidade de amigos que fez durante toda a sua vida e que teve um caso de amor com Cajazeiras, que ainda não sabemos mensurar, nem explicar.
No chão abençoado do Alto do Belo Horizonte, na cidade de Cajazeiras – Paraíba, João Claudino fincou suas raízes. Quando muito jovem ainda foi “pastorador” da vacaria do pai, Seu Joca, para em seguida se tornar “bodegueiro”, num prédio, na Rua Padre Ibiapina, alugado a Dona Regina, mãe de Dr. Abdiel Rolim. Desta pequena mercearia alça vôos regionais e se torna um indômito vencedor.
Migra em busca de novos horizontes. Desembarca no Piauí e 30 anos depois constrói um verdadeiro império à sombra de sua liderança. Cria e recria, forja e tempera novos homens afeitos ao desafio e ao trabalho. Constrói empresas.
João não se desligou de suas origens. Continuou honrando e dignificando o ancestral, Seu Joca, que lhes legou um nome limpo e enobrecido pela inteireza do seu caráter.
Ao comandar inúmeras empresas e milhares de homens foi uma forma também de protestar contra a insensibilidade daqueles que teimam em não proporcionar ao Nordeste as condições necessárias ao seu desenvolvimento
Como conciliador, impôs respeito, sem se distanciar. Teve o feitiço do presente e assim procedendo se tornou um militante do amor e conquista a todos através da humildade e do coração.
João teve a capacidade do encanto e era um fazedor de amigos, um homem que permanece na nossa lembrança pela fidalguia dos atos, dos gestos e na memória de quantos tiveram a oportunidade de conhecê-lo.
Sempre me indaguei o porquê deste bem imenso, e deste caso de amor que João nutria por Cajazeiras. O que existia de mais entranhado no coração dele era o sentido da gratidão, que para ele era a maior virtude do homem. E foi nesta terra das cajazeiras que ele deixou muitos amigos, quando apenas era o filho de Seu Joca e de Dona Francisquinha ou simplesmente o batedor de peladas dos campos de futebol da cidade.
Telúrico extremado. Era capaz de passar horas a discorrer sobre fatos e pessoas ligadas à sua amada Cajazeiras, com entusiasmo, paixão e emoção.
Ao acompanhar o visitante às suas empresas, descrevia-as com a nobreza professoral dos mestres e a oportunidade de demonstrar a energia que envolvia a sua rija capacidade de um vencedor. Ao abrir novas empresas ou ampliando as já existentes, não buscava apenas o leque do aumento da riqueza, mas acima de tudo, a partir destas conquistas de espaços, emergiam valores novos voltados para a criatividade, confiança, liderança, afetividade, humanidade e qualidade de vida para todos que participavam do abertura/crescimento. Abria-se o espaço fecundo da solidariedade no combate à fome e ao desemprego e a multiplicação do germe da vontade de mudar o perfil deste sofrido Nordeste.
Com uma infinidade de coisas para fazer, com outros inúmeros amores espalhados pelos brasis afora, notava-se perfeitamente que o amor que Seu João tinha por Cajazeiras é um caso a ser estudado com mais profundidade.
Nem o tempo conseguiu apagar da memória os belos tempos vividos por Seu João, pelos sítios, ruas praças e avenidas de sua inesquecível Cajazeiras. Na realidade quem bebe água do velho Açude Grande se torna um eterno apaixonado desta encantadora cidade.
Seu João é imortal e inesquecível.
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